Movimento Negro Unificado comemora 45 anos

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Há 45 anos, em 7 de julho de 1978, o Movimento Negro Unificado (MNU) tomava as escadarias do Theatro Municipal de São Paulo, no centro da cidade, após fundar o grupo em 18 de junho do mesmo ano, em pleno regime militar. O ato público reuniu aproximadamente duas mil pessoas com uma missão em comum: combater o racismo.

O ato histórico marcou o começo de um movimento que a partir do ativismo e da organização e articulação política, colaborou para diversas conquistas para a população negra brasileira. Desde a sua criação, o MNU tem se firmado como uma importante referência de luta e resistência.

Movimento Negro Unificado comemora 45 anos de luta e resistência /Foto: Divulgação MNU

Segundo Priscilla Mina, de 41 anos, que faz parte do MNU há mais ou menos dez anos, o lançamento do movimento em frente ao Theatro, foi uma quebra de barreiras. “Principalmente por sermos negros, e historicamente, aquele não ser normalmente o nosso lugar. Então foi um momento muito emocionante e que abriu portas para estarmos onde quisermos“, disse ela.

A ativista destaca quais são as conquistas mais significativas do MNU ao longo dos anos. “As maiores conquistas foram: a lei de cotas, a lei que obriga o ensino da cultura e história afro-brasileira e o dia 20 de novembro, dia da consciência negra“, conta Priscilla.

A ativista também afirma que de forma bem ativa, o MNU atua realizando reuniões de equipe, com os ministérios em Brasília levando as propostas, e também na rua. Segundo ela, há muitas discussões dentro do movimento quanto ao que mais pode ser feito, principalmente no âmbito político, e destaca a importância de ter pessoas negras tomando as decisões sobre a população negra.

Quando a gente fala sobre as leis que envolvem a gente, são feitas por pessoas brancas. Então eu acho que nada mais justo que nós estejamos lá no poder“, diz Priscilla.

O lançamento do MNU contou com grandes nomes da luta antirracista, entre eles, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Abdias do Nascimento, Hamilton Cardoso.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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