Na última segunda-feira (07), Dia Mundial da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que, em 2023, cerca de 260 mil mulheres morreram por complicações da gravidez ou do parto em todo o mundo. Dessas, quase todas aconteceram em países de baixa renda, que segundo a OMS, poderiam ter sido evitadas. Segundo o levantamento, 94% de todas as mortes maternas ocorrem em países em desenvolvimento.
A média é de que a cada dia, naquele ano, aproximadamente 720 mulheres morriam por causas que poderiam ser evitadas relacionadas à gravidez e ao parto. A África Subsaariana e a Ásia Meridional representavam cerca de 87% do total das mortes maternas estimadas no mundo, somando 225 mil óbitos. Desse total, a África Subsaariana concentrou quase três quartos, mais de 182 mil mortes; a Ásia Meridional somou um sexto dos óbitos, que totalizou 43 mil.
Apesar do alto índice de mortes nessas regiões, a OMS informou que entre 2000 e 2023, a Ásia Meridional alcançou a redução geral de 70% da razão de mortalidade materna (RMM) de 405 para 117. Da mesma forma, a África Subsaariana alcançou uma queda de quase 40% da RMM desde 2000. Outras regiões como a Ásia Central, Ásia Oriental, Europa e Norte da África também apresentaram queda da RMM em mais da metade ao longo dos anos. Nesse período, a América Latina e o Caribe foram as regiões com menor redução da RMM, de 16,8%.

O levantamento também revelou que o índice era mais elevado entre mulheres que viviam em comunidades pobres ou áreas rurais e, comparado a outras idades, as adolescentes apresentavam maior risco de complicações e morte em decorrência da gravidez.
A OMS destacou que os cuidados antes, durante e depois do parto podem salvar a vida das mulheres e dos recém-nascidos. Segundo a entidade, entre 2020 e 2023, a mortalidade materna no mundo diminuiu 40% e, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a meta é que entre 2016 e 2030, a taxa global de morte materna seja reduzida para menos de 70 para 100 mil nascidos vivos.
Cuidados e prevenção
A maior parte das mortes maternas podem ser evitadas, é o que destaca a Folha Informativa da OMS. O texto contém informações quanto aos cuidados e ações de prevenção de complicações durante o período de gravidez. Entre eles, a Organização destaca a necessidade do acesso ao pré-natal, os cuidados especializados no parto e o apoio nas primeiras semanas após o nascimento do bebê.
A OMS também reforça que “para evitar a morte materna, também é essencial evitar gestações indesejadas ou gestações precoces. Todas as mulheres, particularmente as adolescentes, devem ter acesso à contracepção, serviços de aborto seguro, na medida do permitido pela lei, e cuidados pós-aborto de qualidade”.
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