Relatório da ONU mostra queda na mortalidade infantil na Angola, mas Sindicato de Medicina alerta para aumento de casos

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Após registrar uma queda de cerca de 63% na taxa de mortalidade infantil em um período de 30 anos – segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) – a Angola registrou um aumento significativo nos níveis de mortes de crianças menores de 5 anos de idade.

O relatório “Níveis e tendências da mortalidade infantil”, elaborado por instituições como ONU e Banco Central, mostra que os índices de mortalidade neonatal entre os anos de 1990 e 2020 foi de 54 mil para 27 mil. No entanto, membros do Sindicato dos Médicos de Angola (SINMEA) denunciam o aumento expansivo no número de mortes de crianças com menos de 5 anos.

SINMEA denuncia aumento de mortes de crianças com menos de 5 anos. Foto: Reprodução/Alamy

Segundo o presidente do SINMEA, Adriano Manuel, as recorrentes mortes de crianças e a superlotação nos hospitais da capital Luanda são consequências da forma como o governo Angolano tem subsidiado a saúde pública no país.

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O especialista afirmou, ainda, que o Governo optou por dar mais assistência ao “sistema curativo” enquanto há necessidde de investir no “sistema preventivo”. Ele contou ao portal VOA que “A mortalidade aumenta substancialmente porque o sistema de saúde primário [postos e centros de saúde municipais]  não consegue atender o volume de crianças”.

“O que faz que as pessoas morrem não é a incapacidade dos médicos, é que existem muitos doentes para poucos médicos”, afirmou o médico e presidente do SINMEA, Adriano Manuel.

O sindicato afirma que os hospitais estão estagnados. Foto: reprodução/ Facebook SINMEA

Adriano Manuel declarou que a atuação do governo angolano nos últimos cinco anos foi “inconfessa”. Ele menciona investimentos milionários para a construção de hospitais de ponta que ficaram estagnados e não são usados para suprir as necessidades da população.

De acordo com o SINMEA, inúmeras reivindicações são feitas ao presidente José Lourenço, reeleito nas eleições de 2022. A Organização afirma que, apesar dos apelos, o Governo não tomou nenhuma providência para ativar as unidades hospitalares, nem se pronunciou.

Em março deste ano, Luanda sediará o 2º Congresso do SINMEA. Nos dias 24 e 25 será eleita uma nova chapa para a composição do Sindicato dos Médicos. O atual presidente, Adriano Manuel, promete se recandidatar e permanecer na luta pelos direitos da saúde pública.

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