Moraes retira sigilo de relatório da PF sobre tentativa de golpe e envia documento à PGR

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (26) a retirada do sigilo do relatório da Polícia Federal referente à investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. O caso, que ganhou destaque após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, envolve militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro.

No despacho, Moraes manteve o sigilo sobre a delação premiada do coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O ministro também determinou o envio do material à Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por decidir sobre a apresentação de denúncias contra os investigados.

O relatório, entregue ao STF na última quinta-feira (21), aponta o indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, dois ex-ministros e outros membros da antiga gestão federal. A investigação da Polícia Federal detalha crimes como tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e formação de organização criminosa.

Alexandre de Moraes

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Avanço das investigações

Desde 2022, a Polícia Federal busca ações que representem riscos à democracia, especialmente durante a transição de governo e os primeiros meses do mandato de Lula (PT). A apuração mais recente trouxe à tona um plano envolvendo ameaças à vida do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Moraes.

Em uma operação realizada no último dia 19, agentes da PF desarticularam uma suposta organização criminosa ligada ao caso, cumprindo mandatos de prisão preventiva, três de busca e apreensão e impondo 15 medidas cautelares. As ações ocorreram no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal, com o acompanhamento do Exército Brasileiro.

Entre as medidas cautelares impostas aos suspeitos, estão a concessão de contato entre investigados, a entrega de passaportes em até 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas. Segundo a Polícia Federal, grande parte dos envolvidos é composta por militares com formação nas Forças Especiais, conhecidos como “crianças pretas”, que ocupavam cargos públicos na época dos crimes investigados.

Agora, a análise do material é da responsabilidade do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que decidirá se os indiciados enfrentarão denúncias formais na Justiça.

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