Acusações de assédio sexual vieram à tona nesta quinta-feira (05) contra o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. De acordo com as informações divulgadas inicialmente pelo Metrópoles, afirmando que a ONG Me Too Brasil foi procurada por mulheres que relataram supostos episódios de assédio praticados pelo ministro. Entre as vítimas estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Até o momento Anielle não se posicionou, entretanto, diversas personalidades como a primeira dama Janja, Rene Silva, e o Movimento Mulheres Negras Decidem, demonstram apoio a ministra nas redes sociais. Em nota Silvio negou as acusações.
“Há uma campanha para afetar minha imagem enquanto homem negro”, disse Silvio. Segundo as informações do Metrópoles, a ONG Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência assédio sexual, não revelou os nomes das mulheres que preocuraram a instiuição.
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, publicou uma foto abraçando a ministra em sua conta oficial no Instagram. O ato foi repetido por diversas personalidades, como o jornalista Rene Silva, instituições como a Coalizão Negra Por Direitos e parceiros de trabalho da ministra, como a ministra das mulheres, a Cida Gonçalves, que também apoiou Anielle nas redes sociais.
Com a repercussão, o Movimento Mulheres Negras Decidem prestou solidariedade à Anielle. “Testemunhamos e reafirmamos que, mesmo ocupando espaços de poder e decisão, mulheres negras seguem desprotegidas e vitimizadas por uma cultura misógina que rege a sociedade brasileira“, diz parte da nota.
Ainda em nota, Silvio afirmou que o caso deve ser investigado. “Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso“.
Ele afirma que a situação além de caluniosa se trata de uma perseguição. “Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro“, disse.
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Segundo comunicado da ONG, as vítimas chegaram por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico. Não foram divulgados nomes nem número de casos.
Por conta das denúncias a Polícia Federal (PF) informou nesta sexta-feira (06) que vai investigar as denúncias de suposto assédio sexual contra o ministro. Ele já foi chamado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. Além disso, a Comissão de Ética da Presidência da República também vai apurar as denúncias.
“O governo federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, diz a nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
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