A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, revelou diálogo com outros ministros e cobrança por mais orçamento, além disso, contou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está sempre a disposição. A declaração foi dada em coletiva com jornalistas na tarde desta quarta-feira (20), na qual a ministra falou sobre o lançamento do Plano Juventude Negra Viva (PJNV).
Na ocasião, a ministra também falou sobre o plano e contou que rodou o Brasil todo ouvindo jovens negros, e que a iniciativa tem uma grande transversalidade com outras áreas, por isso é um plano interministerial.
O Notícia Preta questionou se era possível manter a juventude negra viva com a meta fiscal de déficit zero. Anielle revelou que tem diálogo com outros ministros, e que está sempre buscando articular as políticas do ministério com os outros, para conseguir mais abrangência.
“Na primeira reunião ministerial eu falei, ‘vou atrás de vocês’, e estou sempre falando e articulando”, disse a ministra, acrescentando que Fernando Haddad é sempre solicito e se coloca a disposição pra dialogar.
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O plano será lançado na Ceilândia, uma região administrativa do Distrito Federal, e a ministra classificou a ação como “histórica”. O governo espera 1.200 jovens no evento que ocorrerá nesta quinta-feira (21). De acordo com descrição do governo, o Plano Juventude Negra Viva (PJNV) busca a redução das vulnerabilidades que afetam a juventude negra brasileira e a violência letal alicerçada no racismo estrutural.
De forma transversal, possui 11 eixos de atuação e conta com mais de 250 ações pactuadas com 18 Ministérios. Foi elaborado pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), instituído por meio do Decreto nº 11.444, de 21 de março de 2023, com a participação de 16 Ministérios coordenados pelo Ministério da Igualdade Racial, com apoio da Secretaria-geral da Presidência.
Anielle contou que ao rodar o Brasil, o tema mais tocado pelo jovens negros foi a questão da letalidade entre a população negra. A ministra ressaltou a importância da escuta com os jovens. “Falar de juventude sem ouvir o jovem seria impossível”, disse ela, que completou dizendo que dentre as pautas mais cobradas pelos jovens também estão a empregabilidade e a saúde mental.
Foto de capa: Rithyele Dantas/MIR
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