Militares gastam mais de R$ 700 mil da verba destinada para o combate ao covid-19 em salgadinhos típicos de coquetel e carnes nobres. É o que afirma uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a aplicação feita pelo Ministério da Defesa e Forças Armadas aos recursos destinados ao enfrentamento da pandemia.
A auditoria foi realizada a partir de uma solicitação feita pelo Congresso Nacional motivada por informações coletadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. O monitoramento do TCU mostrou que mais de R$ 250 mil foram gastos com salgadinhos de coquetel, sorvetes e refrigerantes, e quase R$ 500 mil com cortes nobres de carne bovina, como filé mignon e picanha

Apesar da compra de cortes bovinos nobres ser autorizada pelas normas internas do Exército, os auditores consideram que a atitude dos militares contraria os princípios da razoabilidade e do interesse público considerando o contexto pandêmico.
“Constatou-se que tais aquisições, por terem sido realizadas no contexto de crise social e econômica vivenciada pelo Brasil, com recursos oriundos de endividamento da União, de crédito extraordinário e ignorando opções mais vantajosas, infringiram os princípios da razoabilidade e do interesse público, previstos no art. 2º da Lei 9.784/1999”, explica o documento.
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Além disso, os auditores também relataram o uso do dinheiro para manutenção de bens imóveis das Forças Armadas, como reformas e construções, sem justificativas urgentes aparentes, e o TCU afirma não haver documentação suficiente que comprove a aprovação dos gastos.
O Notícia Preta entrou em contato com o Ministério da Defesa, mas até o fechamento dessa matéria, não obtivemos resposta.
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