Em balanço levantado nesta sexta-feira (28), pelo governo da Tunísia, país do norte da África, mais de 200 refugiados e migrantes morreram ao longo dos 10 últimos dias na costa do território do país. Segundo o governo, grande parte das vítimas estavam tentando chegar à Itália por uma rota que passa pela Tunísia.
Nesta sexta-feira, o número de vítimas subiu para 210, sendo 41 corpos encontrados nas águas do país. As pessoas estavam em uma embarcação que virou e acabaram morrendo afogadas há vários dias, segundo a Guarda Nacional.
De acordo com as organizações não governamentais (ONGs) que atuam na região, parte das vítimas são cidadãos sudaneses que estavam tentando fugir do país, que está em um conflito armado interno há aproximadamente dez dias.
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Crise
A Tunísia, que foi o único país no qual as revoluções da Primavera Arabe foram consideradas bem sucedidas no que tange a conquista da democracia, está passando por mais um conflito político.
O país africano, em 2021, entrou em uma crise em sua democracia, após o presidente, Kais Said, demitir o primeiro-ministro Hichem Mechichi, suspender o parlamento do país e tirar a imunidade dos parlamentares. O ato foi denunciado como um golpe por seus oponentes.
Os atos foram tomados após o principal partido do país, o movimento Ennahdha, ser alvo de protestos e tumultos da população, que foram às ruas para lutar contra o descontentamento referente à crise econômica, que foi agravada pela pandemia.