O Brasil aparece na primeira posição de um comparativo internacional sobre remunerações acima do teto no serviço público, elaborado a partir de dados de 11 países, incluindo Estados Unidos, França e Reino Unido, segundo relatório do Movimento Pessoas à Frente, desta quarta-feira (26). Em contrapartida 70% dos profissionais do setor público ganham menos de R$5 mil e só 1% dos funcionários públicos recebe mais de R$27 mil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Os negros são maioria no serviço público em nível municipal e estadual, mas são minoria nos cargos federais e cargos altos considerando o todo, onde justamente se paga os melhores salários. Segundo levantamento produzido pela República.org. Os municípios alcançaram 56,9% de servidores negros em 2025, frente aos 51,2% registrados no início da série analisada. Nos governos estaduais, o percentual evoluiu de 42,9% para 49,6%. Considerando todo o serviço público, a participação de trabalhadores negros subiu de 46,1% para 52,9% no mesmo período.
Os valores acima do teto se concentram, sobretudo, no Judiciário, no Ministério Público e em carreiras jurídicas como as de advogados da União e procuradores federais. De acordo com o estudo, quase 11 mil magistrados no país receberam mais de US$ 400 mil no período analisado, cifra superior à remuneração de juízes em sete dos dez países incluídos na comparação internacional. O relatório utiliza a metodologia de Paridade de Poder de Compra (PPC), que permite avaliar o valor real dos salários ao ajustar as moedas ao seu poder de compra.

Comparando o setor público do Brasil a outros países:
O Brasil tem 12,8 milhões de funcionários públicos, que são 4,5% dos postos do mercado de trabalho. A maior economia do mundo, os Estados Unidos tem 23 milhões de funcionários públicos, que são14,4% dos postos do mercado de trabalho.
Alemanha possuía 4,5 milhões de pessoas no funcionalismo público em 2012, cerca de 10% dos postos do mercado de trabalho. Á época o Brasil tinha 1,6% de funcionários públicos ou 3,6 milhões em números exatos.
No Uruguai, uma economia menor que o Brasil, 14,9% da força de trabalho está no setor público, 253 mil pessoas em números exatos. Foram tomados como fonte dos dados os sites das instituições: IBGE, U.S (OPM), Eurostat e OIT
O Movimento Pessoas à Frente analisou a estrutura salarial de servidores em nações como Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Argentina para medir a dimensão desses vencimentos excepcionais. Os valores pagos acima do limite constitucional consumiram cerca de R$ 20 bilhões do orçamento nacional em apenas um ano, entre agosto de 2024 e julho de 2025. Esse montante é 21 vezes superior ao registrado na Argentina, que ocupa a segunda colocação entre os países que mais desembolsam com esse tipo de remuneração.
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