Agentes do Centro de Socioeducação Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, único centro feminino do Rio de Janeiro, são acusados de abuso sexual pelas meninas internadas na instituição, que pertence ao Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). Atualmente, 19 jovens menores de idade estão morando no centro; dessas, ao menos 9 relatam terem sofrido abuso sexual, e duas alegam ter engravidado de agentes.
Uma rede de suspeitos está sendo investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. São acusados de abuso sexual de menores ou por serem cúmplices os agentes Edilson Mendes de Araújo, Alisson Barreto, Lucídio Ramos Martins, Raphael Peçanha e Thaís Sales Bento, e o diretor do Centro Educacional, Leonardo Lúcio de Souza. Em depoimento à Corregedoria do Degase, as meninas denunciaram abuso e assédio sexual; segundo elas, era oferecido celular, comida e doces em troca de sexo.
Edilson era o agente que realizava as trocas por sexo e para ver as partes íntima das crianças; uma interna de 13 anos foi uma das vítimas. Ela relata “que queria usar o telefone por ter muita saudade da mãe”. Já Alison manteve relações sexuais ao menos duas vezes com uma mesma menina. Uma adolescente ficou grávida, porém teve a gravidez interrompida com suspeita de aborto natural e outra está em gestação, de acordo com o documento.
A agente Thaís Sales, os agentes Raphael Peçanha e Lucídio Ramos, e o diretor Leonardo Lúcio estavam cientes dos assédios e abusos ocorridos dentro da instituição, segundo o documento com os depoimentos das jovens. A Juíza Lúcia Mothe Glioche pediu afastamento e o desligamento imediato de todos os envolvidos devido aos fatos, assim, não podem mais exercer a função.
O Secretário Estadual de Educação do Rio de Janeiro, Alexandre Valle, exonerou nesta sexta-feira (2) os seguintes envolvidos: Márcio de Almeida Rocha, diretor-geral do Degase; César Silva Sucupira, diretor-adjunto; Leonardo Lúcio de Souza, diretor do Centro de Socioeducação Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, na Ilha do Governador e Douglas Ultramar Lima, corregedor do Degase.
As meninas serão transferidas para outra unidade, que será adaptada para elas, uma vez que o estado não possui outro centro socioeducacional feminino. No dia 15 de julho vai haver a primeira audiência do processo, todos os acusados foram intimados para prestar depoimento.
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