Durante a conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) em Chicago, nos EUA, um estudo revelou que o Lorlatinibe, um medicamento da Pfizer, demonstrou eficácia significativa no tratamento do câncer de pulmão avançado. A pesquisa foi liderado pelo Peter MacCallum Cancer Center de Melbourne, na Austrália.
O estudo contou com a participação de 296 pacientes. Os resultados indicaram que o remédio analisado manteve 60% dos pacientes sem progressão da doença por um período de cinco anos, o que representa uma melhoria em comparação com os 8% que alcançaram o mesmo resultado com o tratamento padrão, crizotinibe.
O trabalho intitulado CROWN, mostra avanços no tratamento de tumores pulmonares de células não pequenas, o mais comum entre a população e o que mais mata no mundo. Dos mais de 290 pacientes, um quarto já apresentava metástases cerebrais. Os dados foram publicados no Journal of Clinical Oncology, uma revista médica ligada ao ASCO.
O Lorlatinibe é usado desde 2020, quando foi aprovado, mas não é considerado o tratamento padrão em quase nenhum caso, já que os médicos não tinham ainda números que mostrassem o impacto do tratamento em um estudo de longa duração.
Nenhum paciente que realizou o uso deste remédio teve avanço do câncer para o cérebro, como foram observados nos exames periódicos feitos a cada oito semanas. O medicamento foi desenvolvido pela Pfizer, e tem um alto custo (R$ 30 mil a caixa), mas é indicado pelos médicos por ser o melhor tratamento já pesquisado para um tumor de pulmão.
Durante a pesquisa, o remédio foi bem aceito pela maioria dos pacientes, apenas 11% tiveram de deixar o tratamento por efeitos do imunoterápico. O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. De acordo o relatório realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 13% de todos os casos novos são nos órgãos.
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