Dados da Central Estadual de Transplantes (CET-MA) e da Secretaria de Estado da Saúde (SES), mostram que o Maranhão atingiu um salto histórico no ranking nacional de doações de órgãos. Em 2022, o estado tinha a segunda pior taxa, com apenas 1,7 doadores efetivos por milhão de habitantes. Já em 2024, esse número saltou para 8,2 doadores por milhão, posicionando o estado em 13º lugar no Brasil.
O avanço faz parte do Plano de Aceleração de Transplantes, lançado em agosto de 2023. Dividido em três fases, o programa reorganizou a rede estadual, ampliou comissões hospitalares (CIHDOTTs) e estabeleceu parcerias com entidades como Defensoria Pública, IML e hospitais regionais.
Em 2024, o estado registrou 56 doadores efetivos de órgãos e 179 doadores de córneas. Foram realizados 58 transplantes de rim, 17 de fígado e 461 de córneas. Até maio de 2025, somando os dois anos, o Maranhão contabiliza 329 doadores e 718 transplantes já concluídos.
O médico Hiago Bastos, coordenador da CET-MA, destacou que o plano também incluiu a habilitação do Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís, para transplantar rim e fígado. A unidade, credenciada em dezembro de 2024, deve iniciar os primeiros procedimentos ainda em 2025. Também está prevista a instalação de uma segunda Organização de Procura de Órgãos (OPO) em Imperatriz, ampliando ainda mais o alcance do sistema.
Além da capital, foram criadas 21 novas comissões de doação em hospitais regionais, em municípios como Caxias, Pinheiro, Santa Inês e Presidente Dutra. As ações fazem parte de um esforço para descentralizar o atendimento e reduzir a fila de espera.
A última fase do plano prevê auditorias e aprimoramento dos processos de regulação. Especialistas destacam que a melhoria nos índices de doação também depende da formação de equipes, campanhas de conscientização e da estrutura hospitalar adequada.
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