Mais brasileiros passaram a defender a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo do último ano, segundo dados da pesquisa “A Cara da Democracia”, divulgada nesta semana. O levantamento mostra um crescimento na percepção de que as condenações do ex-mandatário são justas, em meio aos desdobramentos do julgamento da trama golpista de 8 de janeiro.
De acordo com o estudo, o número de eleitores que consideram a inelegibilidade de Bolsonaro injusta caiu de 44% para 40% em um ano. Já os que defendem a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aumentaram para 53%, enquanto os indecisos oscilaram de 11% para 8%. A inelegibilidade, que atualmente impede Bolsonaro de disputar eleições até 2030, pode ser estendida por novas condenações relacionadas à tentativa de golpe e pela Lei da Ficha Limpa.

A pesquisa também mostra que 53% dos brasileiros são contra a anulação da condenação do ex-presidente, enquanto 40% defendem a revisão do julgamento. No Congresso Nacional, parte da base bolsonarista tenta emplacar propostas para estender anistias e aliviar as punições aos envolvidos no 8 de janeiro, medidas que são rejeitadas pela maioria da população.
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Ainda assim, o levantamento indica a resiliência do bolsonarismo: uma parcela expressiva de apoiadores acredita que Bolsonaro é “perseguido politicamente” e que o Supremo Tribunal Federal (STF) atua de forma parcial contra ele.
Sobre os atos golpistas, 76% desaprovam a invasão das sedes dos Três Poderes, mas há divisão quanto às punições: 41% consideram as penas justas, 40% as veem como exageradas e 11% acham que foram brandas.
O estudo também abordou o “tarifaço” recente, reprovado por 77% dos entrevistados. Entre os que apontam responsáveis, 21% culpam Bolsonaro, 14% citam o ministro Alexandre de Moraes e 12% o presidente Lula, refletindo um cenário político ainda polarizado e de forte disputa narrativa.








