As maiores vítimas de estupro no Brasil são as mulheres negras, aponta pesquisa

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O estudo intitulado “Disparidades raciais na violência de gênero”, conduzido pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper (NERI), revelou que a proporção de mulheres negras de todas as faixas etárias vítimas de estuporo no Brasil, tem aumentado nos últimos anos. Os dados mostram que 40% dos casos registrados de estupro no Brasil, são de crianças e adolescentes negras.

O valor é o dobro em comparação com as meninas brancas. Além disso, entre 2010 e 2022, a quantidade de casos notificados por vítimas negras aumentou, superando as notificações feitas por outros grupos, no emsmo período. O estudo usou como base os dados do Sistema Nacional de Atendimento Médico, do Ministério da Saúde.

Segundo o Ipea, apenas 8,5% dos casos de estupro chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% Foto: Agência Brasil

Nesse período, as mulheres negras eram 48,4% das vítimas em 2010 e passaram a ser 60% em 2022. Já as brancas, que eram 38,1%, no primeiro ano, passaram a ser 33,3%. As mulheres negras também são as que mais são vítimas da violência psicológica, sendo que a taxa de vítimas pretas chega a ser quase o dobro da taxa de vítimas brancas.

Em 2022, o Brasil registrou um total de 74.930 casos de estupro, marcando um aumento de 8,2% em comparação com 2021, sendo o maior número já registrado no país. O relatório também aponta as regiões Norte e Nordeste, são as com uma maior sobrerrepresentação negra entre as vítimas.

Já no período de 2020 a 2022, que coincidiu com as medidas de isolamento social devido à pandemia de covid-19, houve um aumento preocupante nos casos de homicídio, estupro, assédio sexual e violência psicológica. O relatório destaca a necessidade de implementação de políticas públicas para combater a violência contra as mulheres.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 (FBSP), todos os indicadores de violência contra a mulher aumentaram no Brasil durante o ano de 2022. Houve um aumento de 7,2% nos casos de ameaças e de 2,9% nas agressões por violência doméstica. O número total de chamados ao serviço de emergência 190 em 2022 foi de 899.495, o que equivale a aproximadamente 102 chamados por hora, representando um aumento de 8,7% em relação ao número registrado em 2021.

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