A losartana é amplamente utilizada no Brasil para o controle da hipertensão, sendo um dos medicamentos mais procurados. Segundo dados do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico da Anvisa de 2023, o mais recente disponível, mais de 250 milhões de caixas deste medicamento foram comercializadas no decorrer do ano.
Esse remédio é acessível através do programa Farmácia Popular e, com uma receita médica, os pacientes podem retirá-lo nas farmácias parceiras do programa. A losartana atua dilatando os vasos sanguíneos, o que promove uma circulação sanguínea mais eficiente. Além de seu uso no trato da hipertensão, também pode ser indicado para casos de insuficiência cardíaca, que é o enfraquecimento do músculo cardíaco.

A hipertensão, ou pressão alta, é caracterizada pela aplicação de uma força excessiva do sangue nas paredes dos vasos sanguíneos, enquanto ele é bombeado pelo coração. Os profissionais de saúde consideram que a hipertensão está presente quando os níveis atingem, ou superam, 140/90 mmHg, que é equivalente a 14 por 9.
Os sintomas comuns incluem tontura, dor de cabeça e falta de ar. Entretanto, muitas vezes a hipertensão não apresenta sinais visíveis, e pode ser descoberta apenas em situações de gravidade. Embora não exista cura para a hipertensão, na maior parte dos casos, ela pode ser controlada com medicamentos, e a adoção de estilos de vida saudáveis.
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A losartana age bloqueando os receptores de angiotensina II, hormônio que o corpo libera para estreitar os vasos sanguíneos e aumentar o volume sanguíneo. O médico do Hospital Albert Sabin, em São Paulo, também comenta que este medicamento diminui a liberação de aldosterona, hormônio que provoca a retenção de sódio e água, contribuindo para tornar o sangue menos viscoso.
“Ao bloquear os receptores da angiotensina II, a losartana causa relaxamento e dilatação dos vasos sanguíneos, o que diminui a resistência vascular e reduz a pressão arterial”, informa o cardiologista Firmino Haag. “Dessa maneira, a losartana contribui para a redução do volume sanguíneo e, consequentemente, da pressão arterial”, ressalta o médico.
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Embora a losartana seja eficaz no controle da hipertensão, ela não é uma cura. Como seu efeito é hormonal, o medicamento serve apenas para ajudar a gerenciar a pressão alta, o que implica que seu uso é prolongado e, muitas vezes, vital para aqueles com hipertensão. Este medicamento é frequentemente associado a outros tratamentos, especialmente à hidroclorotiazida, que reduz a retenção de líquidos e ajuda a baixar a pressão arterial.
“A dose inicial habitual costuma ser de 50 miligramas uma vez ao dia, com ajustes a cada uma ou duas semanas, até que o paciente atinja o controle da pressão arterial. Nos pacientes idosos ou que usam algum diurético, a dose inicial deve ser um pouco menor. Já nos pacientes com outras doenças cardíacas, a dose máxima é de 150 mg por dia”, afirma o cardiologista Hober Fasciani Jr., integrante do grupo Mantevida, de Brasília (DF).
Este fármaco não deve ser utilizado por indivíduos com comprometimento nas funções hepáticas, nem por mulheres grávidas, ou em período de amamentação. Certos medicamentos, utilizados para controle do diabetes, podem interagir de forma adversa com a Losartana, e precisam ser evitados. A consulta com um médico é crucial antes de iniciar o uso deste remédio.
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