Referência na luta pelos direitos de pessoas negras e contra a misoginia nos Estados Unidos, Maya Angelou teve uma vida pautada por grandes desafios e feitos notáveis, e deixou um legado de inspiração para pessoas negras, que podem ser encontrados em uma série de livros publicados pela autora. A obra literária inédita “Não trocaria minha jornada por nada” está entre eles.
O livro chegou ao Brasil pela primeira vez na última sexta-feira (30) pela editora Nova Fronteira. Nele a escritora e ativista norte-americana compartilha suas vivências e valiosos ensinamentos, com o prefácio da edição assinado pela escritora Vilma Piedade. “Maya tece sua escrita imprimindo sabedoria, amor, amabilidade, comunhão, fé, e ainda compartilha testemunhos autobiográficos com franca generosidade”, escreveu.
Nos breves ensaios reunidos no livro de 112 páginas, Maya Angelou apresenta seu olhar atento, corajoso e sábio sobre assuntos que vão desde o racismo e a solidão da mulher negra, até o luto, o poder das palavras, a fé e a necessidade fundamental se conhecer para se autoafirmar no mundo.
Em um tom narrativo mais pessoal e sensível, a obra da autora que sobreviveu a uma série de violências físicas e psicológicas na infância, expõe reflexões que fomentam um sentimento de orgulho e pertencimento, e um senso de coletividade e ancestralidade. Após anos sem conseguir falar por conta das violências que sofreu, a ativista encontrou na luta e nos livros, a possibilidade de ampliar sua voz.
Lutou pelo fim da segregação racial em seu país ao lado de seus amigos Martin Luther King Jr. e Malcolm X, além de ter participado de missões humanitárias, e atuado no cinema, na TV e no teatro. Uma artista que viveu até 2014, quando faleceu aos 86 anos.
Com uma sensibilidade ímpar, Maya promove uma reconexão com a essência de cada um e traz importantes lições para se viver com autenticidade e sabedoria nesta obra que foi traduzida por Julia Romeu.
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