Kleber Simões, o DJ KL Jay, do grupo de rap Racionais MCs e um dos maiores nomes da cena Hip hop no Brasil, disse que o rap atual, mesmo tendo ascendido comercialmente e alcançado patamares muito altos, está sem versatilidade.
As declarações foram dadas em entrevista para o jornalista da Folha de São Paulo, Lucas Brêda, quando comentou sobre o gênero. “Ficou meio fábrica de bolacha, né? Todo mundo usando Auto-Tune, falando para as meninas sentarem, que tem droga e dinheiro para caralho”, disse sobre as produções atuais.
O DJ e produtor também argumentou que poucos artistas da atualidade pensam em inovar e criar sonoridades diferenciadas e citou BK’ e Kendrick Lamar como artistas da nova geração que fazem sons diferenciados, levando inovação ao público.
“Se você ouvir o BK, é diferente dos demais. Kendrick Lamar, também. Mas tem esse molde que estão fazendo, e o dinheiro vem fácil. Aí a música dura uma semana, dez dias e, depois, próxima. Não consigo fazer isso”, comenta.
Ele lembra ainda que o Brasil sempre viveu o mito da democracia racial e até os próprios negros caíram nessa, mas, de uns tempos para cá, muitas situações mudaram. “Tudo no Brasil foi montado para usufruto dos brancos. Os pretos ficaram em terceiro, quarto plano. Quando você entende isso, muda sua postura, seu jeito de andar. Sai na rua preparado e tem respeito”, afirma.
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“São os donos de banco, de rede de TV, dos jornais. Esse pessoal tem muito dinheiro, e ditam as regras. Muitos deles têm mentalidade de donos de escravos. Você vê pela economia, pela taxa de juros”, conclui.
