Justiça ordena Braskem a indenizar 3 mil famílias afetadas, e moradores dizem que valor é um “murro na cara”

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A justiça determinou que a Braksem indenize 3 mil famílias que moram nos Flexais, bairros vizinhos a área que afundou em Maceió. Os valores determinados na decisão que saiu na última sexta-feira (19), variam. Cada núcleo familiar ou estabelecimento empresarial na região dos Flexais receberá R$12.500, e para núcleos familiares onde era exercida atividade comercial ou profissional, foi estabelecido o valor de R$15 mil.

Após a decisão, moradores criticam o valor.“A [proposta] de R$ 25 mil já era um tapa na cara, essa agora, de R$ 12 mil, então, pode-se dizer que é um murro que se dá na cara da população”, disse Antônio Domingos, proprietário de um imóvel nos Flexais, em entrevista ao g1.

Recado dos moradores em rgião afetada pelo desabamento do solo, em Maceió – Foto: Cibele Tenório/Agência Brasil

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) concluiu que as rachaduras nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro tiveram como principal causa a extração de sal-gema da Braskem, que é um tipo de cloreto de sódio utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC. Desde então, cerca de 55 mil famílias foram obrigadas a deixar suas casas nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Farol e Mutange.

Os moradores do Flexal de Cima e Flexal de Baixo, região do bebedouro, serão ressarcidos de acordo com a determinação da ação em questão. A região perdeu comércio, postos de saúde e escolas, além de ter a infraestrutura das residências prejudicadas.

A Braskem se manifestou em nota, e informou que um acordo assinado em 2022 com o Executivo judiciário prevê “23 medidas socioeconômicas que já estão sendo implementadas” e além disso, “moradores e comerciantes também estão sendo indenizados por conta do ilhamento. O índice de adesão é de 99,7% e, até o fim de dezembro, R$ 46,9 milhões já haviam sido pagos”.

Em entrevista ao g1, as famílias relatam descontentamento com o valor determinado. “Aqui ninguém está passando por necessidade, não. R$ 12.500 é um valor insignificante, é uma vergonha, um absurdo!”, disse Edmilson Minervino.

O defensor público Ricardo Melro, acredita que o valor está muito abaixo do valor pedido na ação proposta pela Defensoria Pública do Estado no valor de R$100 mil por família. Segundo apuração do g1, o órgão irá recorrer para conseguir indenização individual em favor dos moradores.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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