Procuradores federais dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (16) que não denunciarão o policial acusado de asfixiar o afro-americano Eric Garner, em Nova York. O caso aconteceu em 2014 e na época moveu uma onda de protestos no país contra a violência policial.
“A morte de Eric Garner foi uma tragédia terrível, mas não há provas suficientes para apresentar queixas federais de direitos humanos contra nenhum oficial”, disse o procurador federal do Brooklyn, Richard Donoghue, em uma coletiva de imprensa.
“Sabemos e compreendemos que alguns ficarão muito decepcionados com essa decisão, mas é a conclusão derivada das provas e da lei”, acrescentou a poucas horas de os supostos crimes cometidos prescreverem.
Garner era um pai de 43 anos que foi acusado de vender ilegalmente cigarros a varejo,. No momento da prisão Garner, que não estava armado, resistiu e morreu poucos minutos depois de ser preso.
Em um vídeo gravado por um amigo, pode-se ver o policial Daniel Pantaleo, um homem forte que hoje tem 34 anos, apertando o pescoço de Garner com o antebraço, uma manobra proibida no corpo policial.
Segundo a imprensa norte-americana o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, que tomou a decisão de não acusar Pantaleo, teria ignorado o conselho do órgão competente, que estimou que havia suficientes elementos para acusá-lo.
As últimas palavras de Garner foram: “Não consigo respirar! Não consigo respirar!”, após ser preso por cinco policiais em uma rua de Staten Island.
Classificada de homicídio pelo médico legista, a morte de Eric Garner deu força ao movimento “Black Lives Matter” (Vidas negras importam), que denuncia a violência policial contra negros não armados, provocando manifestações em todo país.
Segundo o legista, a manobra do policial contribuiu para a morte de Garner por asfixia, mas sua obesidade, pressão alta e asma também foram fatores importantes.
Policial permanece em serviço
Quatro meses após a morte de Eric Garner, em dezembro de 2014, um júri decidiu que o caso não tinha elementos suficientes para culpar o policial branco. Pantaleo foi transferido para trabalhos administrativos, mas ainda pertence à Polícia de Nova York.
Em última instância, quem deve decidir se pode continuar em NYPD é o chefe da polícia de Nova York, James O’Neill. Ele aguarda o veredicto de uma juíza administrativa da polícia sobre o caso.