Nesta terça-feira (09), a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine absolveu sumariamente os 3 policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) pela morte do adolescente João Pedro, em 2020, na Região Metropolitana do Rio, São Gonçalo. A família do rapaz e o Ministério Público esperavam que o trio enfrentasse um júri popular.
O processo foi encaminhado à juíza em abril deste ano para determinar se os policiais seriam levados a júri popular. Segundo a magistrada da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, no entanto, ela considerou que os três policiais agiram em legítima defesa.
“Nessa linha de raciocínio (…), é imperioso entender que os policiais, à primeira vista, agiram sob um excludente de ilicitude, a saber: a legítima defesa. Assim, o reconhecimento da absolvição sumária dos réus se impõe”, diz a magistrada na decisão da absolvição. Processo: 004048071.2021.8.19.0004
Os agentes Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister eram réus pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e fútil, e estavam em liberdade aguardando julgamento.
Relembre o caso
João Pedro faleceu durante uma operação conjunta da Polícia Federal e Polícia Civil em 18 de maio de 2020. No momento, ele estava em casa brincando com amigos quando, segundo relatos de familiares, policiais chegaram atirando. O adolescente foi atingido por um tiro de fuzil pelas costas e foi socorrido de helicóptero, mas infelizmente não sobreviveu.
Eles dispararam mais de 70 tiros dentro da casa onde o adolescente morava, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ). Segundo testemunhas, os policiais teriam recolhido cartuchos calibre 556 antes que a perícia fosse realizada no local. Durante a autópsia, um projétil do mesmo calibre foi encontrado no corpo do adolescente.
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