Em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o ex-meia Júlio Baptista afirmou que o racismo impede o avanço de diversos técnicos negros, especialmente no futebol europeu.
O ex-jogador da seleção brasileira, que atualmente estuda na Espanha para se tornar treinador, destacou que há pouquíssimos profissionais negros à frente de equipes nas grandes ligas do continente. Para ele, essa ausência não é fruto do acaso.
“Eu não sei se o racismo reduz as oportunidades para técnicos negros, mas é um fato. Quantos treinadores negros você vê nas cinco principais ligas? Eu não vejo muitos. Quero acreditar que é apenas coincidência, mas, infelizmente, acho que não. Existem menos oportunidades. Espero ser eu quem vai reverter essa tendência. Nunca diga nunca”, afirmou Júlio Baptista.
O primeiro contato do ex-meia com a função de treinador aconteceu no Real Valladolid, da Espanha, onde integrou a comissão técnica das categorias de base entre 2019 e 2023, período em que Ronaldo era um dos acionistas do clube.
Como jogador, Júlio Baptista teve uma carreira marcante, especialmente no futebol espanhol, após deixar o São Paulo. Defendeu clubes como Real Madrid, Sevilla e Málaga, além de ter atuado por Roma, Arsenal, Cluj e Orlando City.
No Brasil, vestiu a camisa do Cruzeiro em 56 partidas oficiais, marcando 16 gols entre 2013 e 2015. Durante esse período, conquistou dois títulos do Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e um Campeonato Mineiro (2014).
Os casos de racismo no futebol brasileiro caíram 19,85% no último ano, segundo dados do 11º Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol, 2024, que será lançado no fim de novembro. Foram 109 casos monitorados entre janeiro e dezembro de 2024, contra 136 do mesmo período em 2023. Anteriormente, as únicas quedas registradas haviam sido no período de pandemia, quando o acesso aos estádios ficou restrito.
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