Jovem de 17 anos chicoteado porque furtou uma barra de chocolate

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Texto: Luisa Vassallo / Estadão

O rapaz de 17 anos afirmou à Polícia Civil ter sido ameaçado de morte por um dos seguranças do supermercado Ricoy para que não relatasse às autoridades ter sido vítima de uma sessão de tortura que envolveu chicotadas após tentar furtar uma barra de chocolate do estabelecimento.

Ele prestou depoimento ao 80º Distrito Policial, da Villa Joaniza, no Sul de São Paulo, após o vídeo das agressões cair na internet e virar alvo de inquérito policial.

O jovem acrescentou. “Ali a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali, permaneceu por cerca de quarenta minutos, sendo agredido o tempo todo”.

Abaixo o vídeo da agressão. As imagens são fortes.

“Não sabe dizer se mais alguém percebeu que aqueles seguranças o levaram para dentro daquele quarto onde foi espancado”, consta no termo de depoimento.

“Depois de apanhar bastante foi liberado pelos agressores e não quis registrar boletim de ocorrência pois temia pela sua vida. Na saída do supermercado ouviu santos dizer que caso falasse algo para alguém iria matá-lo”, concluiu.

Ele foi acompanhado pelo advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos). “Estarei acompanhando as investigações e cobrando a punição dos responsáveis por esses atos bárbaros e cruéis de Tortura”.

“Existem indícios contundentes de crime de tortura praticado pelos seguranças. A tortura ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A lei 9455 de 1997, prevê penas de 2 a 8 anos aos acusados. A tortura é considerada um crime hediondo”, afirma o advogado.

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