Jorge Luiz de Souza Filho foi preso no último dia 15 de fevereiro, acusado de ter cometido um roubo com uma motocicleta, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Eliane Campos, mãe de Jorge Luiz, disse que não tem como o filho ter cometido o crime porque ele não sabe andar nem de bicicleta.
“Se o juiz ou o promotor mandassem fazer uma perícia, iam ver que ele não consegue andar em linha reta. Então, como ele ia andar com uma moto e praticar esse assalto? Não tem como”, afirmou Eliane em entrevista ao G1.
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Jorge foi detido na 72ª Delegacia de Polícia quando foi ao destacamento para saber o motivo de, alguns dias antes, policiais terem ido procurá-lo em seu local de trabalho. Ele foi preso e depois transferido para um presídio e está preso desde então. No dia 25 de março, ele foi sentenciado a a cinco anos e dez meses de prisão pelo crime que a família enfatiza que não cometeu.
Na decisão, o juiz Daniel da Silva Fonseca, da 1ª Vara Criminal de Itaboraí, afirma que as vítimas do crime “renovaram reconhecimento” de Jorge, feito na delegacia. Porém, a Eliane contesta o reconhecimento. “Na delegacia, mostraram foto do RG (registro geral) do meu filho. Na videoconferência, eles já tinham visto. Foi fácil apontar o meu filho como o assaltante (…) A investigação só prejudicou o meu filho”, reforça Eliane.
Ana Clara Campos, irmã de Jorge, disse ainda que o irmão tem um histórico médico que o impede de ter equilíbrio e coordenação. Ela lembrou ainda que a única vez que o irmão tentou andar de bicicleta, acabou caindo. Além disso, o crime foi cometido em Itaboraí e Jorge mora em São Gonçalo. Ele teria que pilotar cerca de 30 km entre uma cidade e outra. “Ele nasceu prematuro, com câncer no cérebro. Desde que ele nasceu, já passou por várias intervenções cirúrgicas pra tratar disso”, afirmou Ana Clara.
Para a mãe de Jorge, o histórico médico dele foi ignorado no processo. “Eu estou a base de antidepressivo. O juiz foi cruel. Ele disse que a palavra da vítima valia mais do que a do acusado. Como que é isso?”, conclui.
Em nota, o Ministério Público diz que a denúncia contra Jorge foi “fundamentada na prova indiciária produzida pela Polícia Civil”, e que a investigação “foi concluída com êxito pela autoridade policial da 71ª DP”.
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