“Não precisam gostar da minha religião, só quero que respeitem”, diz Bill do Nova Iguaçu, sobre intolerância religiosa

IMG_9221.jpeg

O destaque do clube de futebol Nova Iguaçu, o jogador Bill, comentou sobre o arco e a flecha que faz em suas comemorações dentro do campo, após marcar um gol, em homenagem ao orixá Oxóssi. O atleta praticante do Candomblé, foi alvo de intolerância religiosa nas redes sociais, e desabafou sobre o assunto em uma coletiva no último final de semana.

O finalista do Carioca pediu respeito e prometeu repetir o gesto todas as vezes que fizer um gol. “Só quero que as pessoas me respeitem, nada mais. Não precisam gostar de mim, não precisam gostar da minha religião, não precisam gostar do meu assunto, só quero que respeitem a gente de uma maneira geral, que eu acho que o respeito supera tudo” declara.

Jogador presta homenagem a orixá ao comemorar o gol /Foto: Reprodução – Nova Iguaçu – Twitter

Bill é filho de uma ialorixá, conhecida como Mãe Carla de Belford Roxo, e contou sobre sua relação com a religião de matriz africana.

Fui nascido e criado dentro do Candomblé. Tenho muito orgulho do que sou, do que estou vivendo agora, porque costumo dizer que sou um cara que morri para o mundo e renasci para o mundo espiritual. Em relação a outras religiões, o que as pessoas acham, se gostam, se não gostam… Se eu tiver respeito por qualquer outra pessoa que tem uma outra religião, ou que não tem religião, ou que não acredita em nada, acho que isso supera tudo“, disse ele durante a coletiva.

Durante uma partida do Campeonato Carioca contra o Vasco, o atacante fez o gol que levou o Nova Iguaçu para a final, e fez o gesto como se estivesse disparando flechas, dizendo: “Nunca foi sorte, sempre foi meu pai Oxóssi”. 

O camisa dez recebeu diversas ofensas por sua religião em suas redes sociais, ao ponto de ter que bloquear os comentários.

Graças a Deus e aos meus pais, estou vivendo um excelente momento na minha vida, na minha carreira. E se eu continuar fazendo gol, vou continuar fazendo minhas comemorações, vou continuar mostrando de onde eu vim e do que eu sou”.

Leia também: Ministério da Igualdade Racial destina R$ 9 milhões para combate à intolerância religiosa e preservação ambiental

Deixe uma resposta

scroll to top