A iniciação sexual dos brasileiros está mais tardia, e a duração das relações aumentou nas últimas duas décadas. É o que revela uma nova edição de um estudo que, em 2005, mapeou o comportamento sexual no país e foi agora atualizado. Segundo os dados recentes, 30% dos brasileiros têm a primeira relação sexual somente após os 19 anos, enquanto, no levantamento realizado há 20 anos, o início da vida sexual ocorria majoritariamente aos 15 anos.
Para contextualizar, a comparação internacional que colocava o Brasil na segunda posição, atrás apenas da Áustria, refere-se ao estudo realizado em 2005, quando a média brasileira era de 17,4 anos, praticamente empatada com a média austríaca (17,3 anos). O novo estudo mostra, contudo, que o adiamento da vida sexual é tendência crescente em diversos países, alinhada a transformações sociais e ao avanço da tecnologia.

Apesar de estar transando menos vezes por semana, o brasileiro permanece mais tempo durante o ato sexual: a média passou de 10 para 15 minutos. Especialistas afirmam que a mudança está diretamente ligada ao aumento das preliminares e à valorização do momento íntimo.
A internet surge como um dos fatores mais determinantes nessa mudança. O acesso a conteúdos eróticos, aplicativos de relacionamento e conversas virtuais faz com que a experiência sexual seja explorada antes mesmo do contato presencial. Segundo pesquisadores, a digitalização da sexualidade tem ampliado o repertório, mas também contribuído para maior cautela no encontro físico.
O estudo anterior, divulgado como parte da pesquisa The Face of Global Sex 2007 – First Sex: An Opportunity of a Lifetime, mostrou que o uso de preservativos na primeira relação também variava conforme gênero e classe social. Em 2005, 49,1% das mulheres afirmaram ter usado camisinha na primeira relação, ante 39,1% dos homens. Entre entrevistados das classes mais baixas, a taxa foi de 43,2%, enquanto nas classes A e B caiu para 36,5%.
O levantamento também registrou diferenças marcantes entre os gêneros: 58,4% das brasileiras disseram ter perdido a virgindade com um parceiro estável, enquanto entre os homens o índice foi de apenas 18,9%.
Os novos dados indicam que, apesar das mudanças tecnológicas e comportamentais, temas como educação sexual, prevenção e relações afetivas continuam centrais no debate sobre a saúde sexual brasileira.










