Em um gesto de reconhecimento tardio, a Federação de Futebol da Inglaterra (Football Association – FA) homenageou Jack Leslie, um jogador negro que deveria ter sido o primeiro atleta negro a representar a seleção inglesa. Leslie jogou futebol nas décadas de 1920 e 1930 e foi um atacante pelo Plymouth Argyle, um pequeno clube do sudoeste da Inglaterra.
Em 1925, o treinador dele o informou que o atleta seria convocado para jogar pela seleção nacional, mas a convocação nunca chegou. Oficiais da FA alegaram que não sabiam que Leslie era negro. Ele foi desconvocado por causa da cor da pele.
Leslie foi desconvocado após a Federação de Futebol da Inglaterra descobrir que ele era negro. Foto: Plymouth Argyle
Mesmo sendo artilheiro da liga inglesa entre 1927 e 1929, com 35 gols, Leslie nunca teve a oportunidade de jogar pela Inglaterra. Ele marcou 137 gols pelo Plymouth antes de se aposentar em 1935. Leslie faleceu em 1988 sem realizar o sonho de vestir a camisa da seleção inglesa.
Em 1978, quase 50 anos após a desconvocação de Leslie, Viv Anderson se tornou o primeiro jogador negro a representar a seleção inglesa. No entanto, Leslie sempre será lembrado como o jogador que deveria ter sido o primeiro a abrir as portas para outros atletas negros.
A homenagem póstuma foi realizada antes da partida contra a Ucrânia pela segunda rodada das Eliminatórias da Eurocopa. As netas de Leslie – Lesley Hiscott, Lyn Davies e Gill Carter – receberam a homenagem em nome do avô. O pioneiro Viv Anderson e o presidente da FA Debbie Hewitt também participaram do tributo ao jogador. A família de Leslie agradeceu o gesto da Federação e considerou uma vitória para a nação.
O reconhecimento tardio é uma maneira de honrar atletas que lutaram contra a discriminação racial no esporte e ajudaram a abrir as portas para diversidade e inclusão no futebol. Jack Leslie já havia ganhado um estátua no estádio do Plymouth, no Home Park, inaugurada em outubro de 2022 .
Estátua de Jack Leslie, no Home Park. Foto: Rowntree/PPAUK/Shutterstock
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