Aumento nos preços do detergente à carne. Esse cenário foi corriqueiro durante o ano de 2021 e refletiu na maior inflação anual, desde 2015, quando chegou a 10,67%. É o que aponta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, a partir do levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e divulgado nesta terça-feira (11).
O centro da meta era de 3,75%, mas o resultado ficou muito acima da projeção do Banco Central (BC). Com essa meta estabelecida, a inflação poderia variar de 2,25% a 5,25%. Como a meta estourou, e muito o planejado, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao ministro da economia, Paulo Guedes, explicando os motivos do não cumprimento. Esta é a sexta vez que um presidente do BC precisa justificar, desde a criação do sistema de metas, em 1999.
Energia elétrica, combustíveis, café e carnes foram os vilões da inflação no último ano, segundo o levantamento. A conta de luz ficou 21,21% mais cara em 2021, por conta da estiagem no país. Já o gás de cozinha teve um reajuste anual de 36,99% e o café moído subiu 50,24% nos últimos 12 meses.
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Além disso, as carnes também tiveram um reajuste considerável, segundo o levantamento, o frango subiu 29,85%, o contrafilé 17,36% e o filé mignon 30,91%. Mas o que teve maior peso na inflação e também no reajuste de vários outros produtos foram os combustíveis. O aumento geral foi de 49,02%; a gasolina teve um reajuste de 47,49% e o etanol foi reajustado em 62,23%, em um ano.
Em grupo, transportes, habitação e alimentação e bebidas correspondem a 79% da inflação do ano de 2021. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, afirma Pedro Kislanov, gerente do IPCA.