Com 1,3 bilhão de habitantes a Índia é hoje o principal foco mundial da pandemia de Covid-19. Nesta sexta-feira (23), foram registrados 330.000 novos casos de Covid-19 e 2.000 mortes no país onde faltam camas em muitos hospitais, medicamentos e há baixos de oxigénio. Este número, entretanto, pode ser ainda maior já que, segundo especialistas, há subnotificação dos números de casos.
A Índia registra 16,2 milhões de infecções, com uma média móvel de infecções diárias acima de 200 mil há uma semana.
Ao comparar o número de infectados com o número de mortes por Covid-19 confirmadas, pesquisadores constatam uma subnotificação. Em setembro do ano passado, em artigo na revista Lancet, pesquisadores apontaram para o baixo índice de confirmações médicas da causa da morte, não apenas em casos de Covid-19, mas de forma geral na Índia.
“Entre os óbitos confirmados no sistema de registro civil, apenas 22% foram certificadas por um médico e apontam a causa da morte” declarou ao Lancet Giridhara Babu, epidemiologista na Fundação de Saúde Pública da Índia.
Na época, a Índia registrava 3,6 milhões de casos e 65 mil mortes, sendo que 65% dos óbitos vinham de apenas quatro estados, Maharashtra, Tamil Nadu, Karnataka e Delhi, onde todas as mortes são certificadas por um médico. Por outro lado, algumas regiões não apresentavam qualquer caso confirmado.
Hospitais e cemitérios em toda a Índia chegam à lotação máxima e doentes morrem sem socorro.
A Força Aérea indiana usou aviões de transporte para mover tanques de oxigênio vazios para reabastecimento, pois hospitais em vários estados indianos relataram escassez do produto. Profissionais de saúde de outras regiões foram realocados para trabalhar em um hospital com 500 leitos montado pelos militares em Delhi, o estado mais atingido depois de Maharashtra.