Nesta segunda-feira (03), às 16h, o Ginga-UFF, em parceria com o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense, fará uma saudação ao Bicentenário da Independência na Bahia, comemorado no dia 2 de Julho. A homenagem será feita por meio do plantio de uma muda da Jurema Branca (Mimosa Ophthalmocentra).
A Jurema é uma árvore sagrada que compõe o panteão de nossa flora nativa e é o símbolo de luta dos povos tradicionais, indígenas e negro, em defesa da liberdade. A comemoração do bicentenário da Independência na Bahia, chega com homenagens ao povo baiano no processo de Independência do Brasil (1823).
Esse processo tem nos caboclos e caboclas a representação dos “donos da terra”, que foram fundamentais na luta contra as tropas portuguesas junto aos mestiços e negros, libertos e escravizados.
Este ato representa a primeira ação na construção de um Jardim com plantas e ervas sagradas no ICHF.
“A data demarca também uma relação com o candomblé e os povos originários, que não se submeteram à escravização e foram insurgentes, preservando língua, costumes, cultura, medicina e saberes tradicionais milenares.
A Jurema é uma árvore sagrada para os povos bantos, primeiros a serem sequestrados e escravizados ainda no continente africano no início da colonização. A árvore tem ainda uma reverência à continuidade de vida em alguns ritos de sepultamento ao ancestral, quando ele é acolhido pela terra junto ao plantio. Ela tem uma capacidade múltipla dentro dos significados sagrados e litúrgicos para estes povos” – explica Dolores Lima, iyalorixá e pesquisadora do Ginga-UFF, departamento de estudos étnico-raciais e referência no combate ao racismo religioso.
Além disso, haverá um xirê, cerimônia religiosa do Candomblé, e uma roda de conversa com lideranças religiosas e pesquisadores(as) do Ginga-UFF.
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