Maioria dos incêndios no Cerrado se concentrou em propriedades privadas e terras indígenas nos primeiros nove meses de 2024, consumindo 8,4 milhões de hectares, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) divulgado nesta terça-feira (15). Em comparação ao mesmo período do ano anterior, isso representa um aumento de 117%. Quilombos e assentamentos foram territórios que conseguiram reduzir os focos de incêndio e queimadas em relação ao ano anterior.
Os 8,4 milhões de hectares com incêndios e queimadas representam uma área equivalente às proporções da Áustria. Quase metade do território afetado foram imóveis privados, com 3,9 milhões de hectares. As Terras Indígenas aparecem logo atrás com 2,8 milhões de hectares incendiados. Também houve aumento nos territórios militares, unidades de conservação e terras públicas não destinada.
Em relação ao mesmo período no anterior, os quilombos e assentamentos foram os únicos territórios com redução da área queimada.
A vegetação, e mais atingida pelo fogo foi a formação savânica, típica do Cerrado. Os campos alagados, zonas úmidas em determinadas épocas do ano, ficam em segundo lugar e, em terceiro, as áreas de uso agropecuário.
A formação savânica foi a mais atingida pelo fogo, ela é uma área típica do Cerrado. Em segundo lugar vem os campos alagados, zonas úmidas em determinadas épocas do ano. Já em terceiro as áreas de uso agropecuário.
Indígenas e quilombolas salvando o meio ambiente
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho afirmou em entrevista ao Bahia Notícias nesta quarta-feira (18) que uma verdadeira estrutura de guerra foi montada para combater os incêndios pelo país, e na linha de frente estão os indígenas e os quilombolas. De acordo com o presidente da entidade, dos 3.245 brigadistas 50% são indígenas contratados pelo governo federal e 20% são quilombolas que são convocados por conhecerem bem as áreas de matas e florestas.
A operação conta com 3.245 brigadistas, 700 fiscais, 1.100 viaturas, 22 aeronaves e 40 embarcações atuando para conter as queimadas, o fogo já causou 33 vezes mais perdas que as contabilizadas entre janeiro e setembro do ano passado.
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