Na tarde desta quinta-feira, 30, os integrantes da Band’Aiyê, do Bloco Afro Ilê Aiyê, fizeram uma postagem em sua rede social para denunciar um episódio de racismo que sofreram há uma semana. O caso aconteceu em um restaurante, e a proprietária pediu que eles se retirassem da sala em que colocavam seus figurinos, pois no local havia objetos de valor.
Eles relataram que, mesmo após os responsáveis terem explicado para a dona do restaurante que eles estavam na sala se preparando para a apresentação, ainda assim ela pediu para uma funcionária ficar na entrada do ambiente e manter a porta aberta.
“Fomos tratados como ladrões e não artistas que estavam ali para realizar um trabalho”, disse o grupo. Para eles, é inaceitável que casos como esse continuem acontecendo na capital baiana, considerada a cidade mais negra fora do continente africano.
Os artistas relataram que a primeira intenção foi deixar o local, mas após terem sido convencidos pelo contratante, eles realizaram a apresentação, no entanto, o grupo ressaltou que “algumas pessoas brancas da cidade precisam entender que ser negro não é sinônimo de ser ladrão e que esperam que atitudes como essa deixem de acontecer no país”.
Em 2024, o Bloco Ilê Aiyê, formado apenas por pessoas negras, completa 50 anos. Ele foi fundado em 1974 por Antonio Carlos dos Santos Vovô, também conhecido como Vovô do Ilê, e após um ano, estreou no carnaval de Salvador.
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O nome do grupo vem do idioma iorubá, e a sua tradução pode ser entendida como “nossa casa” ou “nossa terra”. Desde a sua origem, o bloco luta contra o racismo, exalta a cultura negra e mostra a importância do empoderamento.