A Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou recentemente uma série projetos de lei que reconhecem a importância de manifestações culturais, festividades tradicionais e produtos locais como Patrimônio Imaterial e Cultural do Estado. Um dos projetos, que foi aprovado por unanimidade, nesta quarta-feira (3), oficializa o queijo de cabra como um destes patrimônios paraibanos. A proposta foi apresentada pelo Deputado Dr. Romuald Figuier.
O Deputado ressalta a relevância desse produto, que é um ícone da identidade paraibana, e desempenha um papel fundamental na cultura alimentar do semiárido. O projeto agora será enviado para avaliação do Executivo Estadual. Esse reconhecimento surge num contexto significativo para os agricultores da Reforma Agrária.
A agroindústria Nutrilê, situada no assentamento Che Guevara, em Casserengue (PB), recebeu, em 2024, 3 prêmios no 18º Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados, realizado no Estado do Maranhão (MA). Esta iniciativa, associada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra da Paraíba (MST/PB), tornou-se referência na produção de produtos derivados do leite de cabra, gerando um impacto direto na economia solidária e na valorização da agricultura familiar.
O leite de cabra possui uma estreita conexão com a história do semiárido paraibano, onde a criação de cabras sempre foi uma alternativa de subsistência durante períodos de seca. Na competição, a Nutrilê conquistou a medalha de ouro pelo queijo coalho temperado, a prata com o iogurte caprino de maracujá e o bronze pelo queijo coalho tradicional. Essas conquistas superam os resultados anteriores, após a empresa ter recebido 2 medalhas de prata, solidificando o trabalho das famílias assentadas no seminário paraibano.
O sucesso da produção também se deve à colaboração com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que oferece capacitação e realização de pesquisas. Essa parceria tem promovido inovação, qualidade e fortalecimento da agroindústria comunitária, que se destaca como um exemplo de resistência e desenvolvimento sustentável.
Leia também: Malafaia critica líderes evangélicos “covardes” e diz que eventual prisão seria “pura perseguição”
