“Existe um rosto nas mudanças climáticas”, diz Hosana Silva, representante do Brasil no Fórum Econômico Mundial

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Hosana Gomes da Silva estará entre os 3 representantes brasileiros no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, que acontecerá entre os dias 14 e 19 de janeiro do próximo ano. Hosana é cria da periferia, nordestina e negra, ela é mestranda em Políticas Públicas e Governo, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e pesquisa os impactos das mudanças climáticas na população negra.

Em sua pesquisa no mestrado, Hosana conseguiu demostrar que populações pretas, pardas e indígenas são as mais expostas ás mudanças climáticas.

Além de pesquisadora e ativista, Hosana é assistente de palco do programa Domingão com Huck – Foto: Alexandre Levy/Instagram

“A mensagem que fica, é que existe um perfil econômico racial, existe um rosto para o desastre das mudanças climáticas do Brasil e do mundo, e esse perfil não tá no centro de tomada de decisão, então as duas acabam se interligando, a falta de representatividade nos locais do centro de tomada de decisão, é crucial para qualquer organização social que queira promover justiça social e ambiental”, explica.

Cria da periferia do Recife, Hosana é assistente de palco no Domingão com Huck. Ela ainda faz parte de diversos movimentos sociais, sendo formada em programas de liderança como Aspire Leaders, pela Universidade de Harvard, e Escola de Liderança Pública, pelo Instituto Four. Mas ela acredita que sua vivência pode se somar à sua vida acadêmica em busca de justiça social.

“Meu ponto central é de uma mulher preta, nordestina, vinda de uma favela composta por barracos de palafita na beira do Rio Capibaribe, que conviveu com enchentes a vida inteira, que tem familiares que ainda moram a beira do rio e convivem com enchentes, então para além da minha pesquisa minha vivência me ajuda, eu vou a Davos com esse objetivo”, diz.

Segundo Hosana, a grande filosofia da justiça ambiental, até dos próprios objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU é que não se pode deixar ninguém para trás. Para ela, qualquer política ambiental tem que ser pensada por várias mãos, com vários atores, com as pessoas que estão nos territórios para que seja efetiva.

“O que eu pontuo pra uma periferia do Recife, talvez não seja lá tão aplicável para uma periferia do Rio de janeiro, por exemplo. A população não pode se limitar a votar, ela tem que ser colocado na co-criação de políticas ambientais”, finaliza.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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