Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, morreu após ser brutalmente agredido em Manaus (AM). Segundo apuração do Terra, o adolescente foi espancado por um grupo durante uma confraternização em via pública, no bairro Gilberto Mestrinho, na zona Leste da cidade. A agressão teria sido motivada por ofensas homofóbicas.
A Polícia Civil do Amazonas informou ao Terra que os agressores já foram identificados e que segue em busca dos suspeitos. O caso gerou ampla comoção e reações de autoridades e da comunidade escolar.

De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Fernando foi internado em estado grave com traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e edema cerebral. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu dois dias depois. Em nota, a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ lamentou a morte e destacou que o crime “representa uma grave violação dos direitos humanos“.
“Tais atos atentam diretamente contra os fundamentos constitucionais da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da liberdade”, afirma o comunicado do MDHC. A nota também ressalta que crimes motivados por LGBTQIA+fobia são reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal como formas de racismo, conforme a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26 (ADO 26/2019).
Fernando cursava o 3º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Jairo da Silva Rocha. Em publicação nas redes sociais, a instituição lamentou a perda do aluno e declarou luto. “Pedimos a Deus que o Espírito Santo console o coração de todos os familiares, amigos e colegas de turma”, diz o texto.
Em homenagem, estudantes da escola realizaram um ato pedindo justiça. Cartazes levantados por colegas destacavam mensagens contra a intolerância. “Tudo começa com uma brincadeira. Respeite o próximo”, dizia uma das faixas.
A Secretaria de Educação do Amazonas também se manifestou, afirmando que Fernando “teve seus sonhos, planos, direito a um futuro interrompidos, precocemente, pela intolerância”.
Um dos envolvidos na agressão foi apreendido nesta quarta-feira (09), conforme informou o G1. De acordo com a Polícia Civil, o adolescente de 16 anos se apresentou voluntariamente na delegacia, acompanhado por um advogado, após a Justiça expedir um mandado de internação por meio da Vara da Infância e Juventude Infracional.
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