Um homem negro que corria na rua, se exercitando em uma vizinhança predominantemente branca em Deltona, na Flórida, Estados Unidos, foi algemado e detido por policiais sob alegações de que tinha as características de um suspeito de roubos nas redondezas. O Departamento de Polícia do Município de Volusia divulgou, nesta terça-feira (8), um vídeo, filmado no dia 27 de agosto, onde Joseph Griffin, de 28 anos, aparece sendo abordado pelos agentes.
“Ei, parceiro, você não está encrencado, nem nada do tipo. Tem um ladrão por aí, e acontece que você meio que bate com a descrição. Deixe-me certificar de que você não é ele. Eles literalmente disseram que estava de regata branca, short preto e que tinha barba. Eu não estou dizendo que é você, mas é um homem negro”, disse um dos policiais.
Incrédulo, Griffin pegou o celular e começou uma transmissão ao vivo pelo Facebook. Quando as imagens voltam, ele já está algemado, e um agente afirma que está seguindo ordens do sargento.
“Vou detê-lo, mas você não está preso. Estou detendo você agora porque você se encaixa na descrição”. E Jacob responde em seguida, olhando para a câmera do celular: “Se algo me acontecer, é melhor vocês começarem o inferno”.
Por fim, o homem acabou liberado assim que os policiais atestaram que ele não estava envolvido em nenhum tipo de crime. A polícia determinou que Griffin foi preso por engano e que o verdadeiro ladrão fora identificado e preso horas depois. Para Mike Chitwood, xerife local, a situação foi bem conduzida pelos agentes.
“Nós sabíamos que nós iríamos apanhar e ser um pouco criticados porque havia vários policiais lá. Nunca parece bom. Mas aí eu vi o vídeo, e o Sr Griffin foi ótimo com meus agentes. E meus agentes foram extremamente profissionais. Eu liguei para cada um deles e agradeci pelo profissionalismo. Também liguei para o Sr Griffin e o agradeci por como ele lidou com a situação. Quando você é parado pela polícia, é assim que você deve agir. É um momento de aprendizado. Nós podemos aprender uns com os outros”, disse.
O xerife foi além: quando ficou sabendo que Joseph era um ex-militar, ofereceu um trabalho a ele. Um trabalho que, dados os contornos da situação, incute uma indissiociável dose de ironia.
“Eu o convidei para vir treinar todo o nosso staff. Ele ficou surpreso e concordou. Por conta da Covid-19, nós só podemos treinar vinte pessoas de cada vez. Eu também ofereci um emprego a ele, mas ele recusou porque disse que já tem um emprego na área de saúde”, encerrou.
Eu não aceitaria desculpas e sim uma retratação pública em horário nobre nos principais meios de comunicação. E mais: algum tipo de punição para os racistas que o acusaram e colocaram em risco chamando a polícia. Chega de desculpas de calhordas!