De acordo com informações do Instituto Fogo Cruzado, o mês de janeiro deste ano foi o mais violento desde 2019, no Grande Recife. Foram 180 disparos de arma de fogo deixando 147 mortos, de acordo com o levantamento. Em comparação com janeiro de 2023, em 2024 houve um aumento de 22% nos registros de disparos.
Dos 180 tiroteios, o relatório mostra que houve vítimas em 98% deles. Os dados do Instituto Fogo Cruzado apontam que, entre os 147 mortos na região metropolitana em janeiro, 137 eram homens, nove eram mulheres e um não foi identificado. Ainda sobre o perfil das vítimas, 93 delas eram negras, oito eram brancas, uma era amarela.
Das vítimas, 45 não tiveram a cor/raça revelada. Entre os 57 feridos, seis eram negros, dois eram brancos e 49 não tiveram a cor/raça revelada. A coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco Ana Maria França, falou sobre a estratégia para diminuir o número de violência armada.
“Como primeiro ano de um novo governo em Pernambuco, 2023 foi um ano marcado pelo desafio de conter a violência armada. Apesar de um plano de segurança ter sido anunciado, pouco sabemos das estratégias efetivas para o alcance da meta definida para redução das taxas de violência. O resultado ao terminar o ano passado foi que nunca houve tantos tiroteios provocados por ações e operações policiais”, contou.
França faz um alerta para o volume de violência entre os habitantes da região e fala sobre repensar a forma de segurança pública.
“Agora, neste segundo ano, temos mais um recorde ainda em janeiro. Nunca tivemos um começo de ano tão violento para os moradores da região metropolitana do Recife. É preciso rever o modelo de segurança pública para que de fato as estratégias de redução da letalidade, inclusive a letalidade policial, sejam eficazes”, finaliza ela.
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