Governador do Rio usa helicóptero particular atingido para defender operação com 25 mortos

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EDITORS NOTE: Graphic content / A man shouts at policemen outside the Getulio Vargas Hospital, after a police operation at a favela, in Rio de Janeiro, Brazil, on May 24, 2022. - A police raid in a Rio favela left at least 12 people dead on Tuesday, authorities said. Police said they came under gun fire as they planned to enter a slum called Vila Cruzeiro in the north of the city with the mission of locating and arresting "criminal leaders." In the ensuing gunbattle 11 alleged criminals died, as did a female resident of the favela who was hit by a stray bullet. (Photo by MAURO PIMENTEL / AFP)

Um dia após a operação realizada na Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, zona Norte do Rio de Janeiro, que deixou 25 mortos, o governador do Estado, Claudio Castro (PL), postou em suas redes seu desagrado em relação a fala dos especialistas em segurança pública. Eles criticaram a operação conjunta do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo Castro, na semana anterior houve disparos em um helicóptero particular na região, que se tornou um “hotel de luxo” para traficantes.

Na oportunidade, não vi nenhum especialista defender os cidadãos de bem! Não vi ninguém cobrar das polícias que é preciso tirar as armas dos criminosos, que precisamos enfrentar esses covardes“, escreveu Castro, que completou. “Ali bate o coração da maior facção criminosa do estado. A mesma que espalha o terror e o medo na sociedade. Ali virou hotel de luxo para chefes de facções criminosas e de outros estados“.

Foto: Mauro Pimentel

Está é a segunda maior chacina do Estado do Rio de Janeiro em um ano, e fica atrás apenas para a chacina do Jacarezinho, em maio de 2021, que resultou em 29 mortos. “A política de segurança no Rio de Janeiro, infelizmente, exige do poder público demonstração de força e autoridade. É óbvio que precisamos investir em inteligência e qualificação das nossas tropas. Isso é inquestionável e estamos fazendo. Nossos profissionais da segurança pública, neste caso a PM, estão sendo valorizados, com melhores remunerações e condições de trabalho”, afirma o governador.

Quatro pessoas que foram feridas seguem hospitalizadas, sendo duas em estado grave. Uma quinta pessoa atendida no local foi transferida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.

Leia mais sobre a chacina da Vila Cruzeiro em: Média de idade dos mortos na ação da polícia na Vila Cruzeiro é de 28 anos

Ainda de acordo com Castro, a polícia do RJ recebe a segunda maior remuneração do Brasil, além de ter inaugurado o mais superior centro de treinamento policial das Américas e adquiriu 21 mil câmeras corporais para os agentes. Cláudio Castro também falou sobre o investimento que vem sendo feito nos Institutos Médicos Legais (IML). “Na polícia judiciária, recentemente inauguramos a maior central de inteligência do país. E estamos recuperando os IML’s. Apostar contra a polícia é fazer o jogo da bandidagem! E quem perde com isso é você que mora no Rio e a sua família, que ganham a vida por meio do trabalho honesto.”, conta o governador.

Um ano da Chacina policial do Jacarezinho

Neste mesmo, em 2021, o Rio de Janeiro presenciou a maior chacina da sua história, na comunidade do Jacarezinho, que terminou com um policial e 28 moradores mortos. Uma reportagem da Rede Brasil mostrou que 24 das 28 investigações das mortes foram arquivadas pelo Ministério Público por falta de provas. 

Um estudo realizado pelo Instituto Fogo Cruzado e o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF), mostrou que durante os dois anos de governo de Cláudio Castro já ocorreram 181 mortes em 39 massacres, sendo consideradas ações com mais de 3 pessoas assassinadas. Deste total, 31 chacinas e 91% dos assassinatos aconteceram em operações policiais.

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