O gerente da loja Zara em Fortaleza, que barrou uma delegada negra nas dependências do estabelecimento, tornou-se réu por racismo. A decisão é da juíza Marileda Frota Angelim Timbó, da 14ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará.
O caso ocorreu em 14 de setembro deste ano e, no início de dezembro, o gerente foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).
Na época, a loja disse à policial que ela tomava sorvete e estava sem máscara; “por questão de segurança”, ela não podia entrar na unidade, já que está em vigor no estado normas sanitárias que determinam o uso de máscara. Imagens de câmeras de segurança no interior da loja, no entanto, mostram que pessoas brancas sem máscara entraram no local no mesmo dia em que a delegada foi barrada.
Sobre o gerente virar réu a Zara não quis comentar sobre o assunto.
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“Provada a materialidade e determinada a autoria, a peça vestibular acusatória preenche as condições que autorizam a admissão da pretensão punitiva, iniciando o processo, com a possibilidade de ampla defesa aos acusados”, escreveu a juíza ao aceitar a denúncia contra o gerente.
Um trecho da denúncia aponta que “embora o delatado tenha afirmado que todos os funcionários são orientados a abordar e orientar quem não esteja fazendo o uso adequado da máscara de proteção e que no dia dos fatos não teve contato com nenhum cliente que não estivesse de máscara, os vídeos do dia 14/09/2021 demonstram o contrário”.
Segundo investigação da Polícia Civil, funcionários da loja foram orientados a usar o código “Zara zerou” no circuito interno de alto-falantes da loja para alertar quando clientes negros “suspeitos” entravam na loja.
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