A Força Aérea Brasileira (FAB) restringiu o acesso ao espaço aéreo na Terra Yanomami, desta forma, os garimpeiros não estão conseguindo sair do maior território indígena por não terem acesso a voos clandestinos, como era feito antes da intervenção da força tarefa.
Foram divulgados áudios e mensagens enviados em por um aplicativo, que mostram as tentativas deles em conseguir aviões ou helicópteros. Assim, os invasores têm fugido pela floresta e pelos rios. Nessas mensagens, uma pessoa diz que tem ao menos 5 mil garimpeiros tentando sair do local, mas não há voos.
“Aqui onde estou tem mais de cinco mil pessoas na região só para ir embora, nós queremos ir. Mas não tem é voo, o povo [pilotos] está com medo de vir”, diz. Essa mesma pessoa ainda diz que tentou voos com oito “burus”, que são helicópteros, e nenhum deles aceitou ir até a região.
Uma parte desses invasores não tem como sair da região por estarem com malária e, com isso, não aguentam ir embora caminhando pela floresta. “[Os garimpeiros] estão se juntando em grandes grupos e fazendo varação [caminhada] na mata para a única pista de voo que está funcionando ainda, a pista do Jeremias”, diz um deles.
O espaço aéreo é controlado pela FAB desde a última quarta-feira (1º), com equipamentos potentes para impedir o avanço da ilegalidade o garimpo. Acredita-se que pelo menos 20 mil garimpeiros estejam na Terra Indígena Yanomami.
A invasão causou uma crise humanitária, que colocou mais de 30 mil Yanomami em situação de crise sanitária , devido ao avanço do garimpo ilegal. O estado de emergência foi decretado pelo governo Federal desde o dia 20 de janeiro e ficará inicialmente por 90 dias. Órgão federais dão apoio aos indígenas com saúde e alimentação.
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As ações para retirar o garimpo ilegal, estão sendo coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que no último dia 30 criou um grupo para planejar ações mais contundentes contra o garimpo na Terra Yanomami.
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