Funcionários com cargos secretos sacaram R$ 226 milhões em dinheiro no RJ

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Apenas nos sete primeiros meses deste ano, funcionários contratados em cargos secretos pela Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio) sacaram R$ 226,4 milhões em dinheiro dos cofres do estado. A informação é do portal UOL, que desde o final de junho tem publicado reportagens sobre as contratações feitas pelo governo Cláudio Castro em período pré-eleitoral para contemplar aliados políticos, o que provocou uma investigação do Ministério Público do Rio.

Os saques aconteceram no Banco Bradesco, na “boca do caixa”, sem a necessidade de que os funcionários tivessem uma conta corrente. Os dados aparecem em uma ação da 15ª Vara de Fazenda Pública do Rio, que tramita desde o último domingo (31). Os promotores pedem na ação a suspensão de novas contratações pelo órgão até que haja transparência.

O levantamento do MP-RJ leva em conta uma planilha fornecida pelo banco. No documento aparecem 27.665 pessoas pagas pela Ceperj ao longo de 2022. Segundo o UOL, a estimativa inicial era de cerca de 18.000, com base em documentos públicos disponíveis até o mês passado.

Os promotores Eduardo Santos de Carvalho, Gláucia Santana e Silvio Ferreira de Carvalho Neto afirmam, na ação, que “a realização de saques de dinheiro em grande volume, tal como acima retratado, constitui nítida afronta às normas de prevenção à lavagem de dinheiro”.

O MP-RJ também aponta que pode haver indícios de um esquema de rachadinha, quando dinheiro o público é repassado por funcionários público a terceiros. “É manifesto, portanto, o risco de que a pessoa responsável por arregimentar a mão de obra contratada coordene as operações de saque em espécie para a mesma data, de modo a facilitar que parcela da remuneração dos contratados lhe seja repassada sem deixar rastros no sistema financeiro”, concluem os promotores.

Após as reportagens do UOL, a Ceperj anunciou que, a partir deste mês, os funcionários teriam que abrir uma conta corrente para receber os salários, o que não aconteceu. A Justiça ainda não decidiu se novas contratações poderão ser suspensa. O governo estadual ainda não foi notificado da ação.

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