Segundo uma análise da agência climática dos Estados Unidos, constatou-se que a fumaça proveniente das queimadas no Brasil cruzou o Oceano Atlântico e chegou à África. Países como África do Sul, Namíbia, Angola e República Democrática do Congo foram atingidos. No Mercosul, a fumaça das queimadas também se dirigiu ao Uruguai e à Argentina.
A fumaça foi levada pela corrente de vento, e o número de queimadas na América do Sul impacta esse fenômeno, pois são liberadas quantidades de partículas finas acima do normal. Somente em setembro deste ano, no Brasil, os focos de incêndio que originam as queimadas já ultrapassaram 53.000. O número de janeiro a setembro de 2023 é de 86.256, o que representa um aumento de 108% de janeiro a setembro de 2024.
Muitas cidades brasileiras foram encobertas pela fumaça, e a qualidade do ar vem piorando também. Durante este mês, a qualidade do ar atingiu condições alarmantes; houve cidades onde a qualidade foi classificada como ‘muito insalubre’. Além disso, São Paulo registrou a pior qualidade de ar do mundo, de acordo com o painel do Índice de Qualidade do Ar (AQI), a maior plataforma gratuita de informações sobre as condições do ar em todo o mundo.
Incêndios em Portugal
Uma onda de incêndios florestais também ocorre em Portugal. Na última semana, foram quebrados os recordes de emissão de carbono em todo o país. A proteção civil divulgou dados que mostraram que os incêndios deixaram 5 mortos e 77 feridos.
Os dois maiores focos localizaram-se na região de Aveiro e em Castro D’aire, no distrito de Viseu, na região Norte do país. O fenômeno fez com que a população vivesse dias de tensão, relembrando a última queimada em 2017, que deixou 119 pessoas mortas. Desde então, o investimento na prevenção aumentou dez vezes, e o orçamento para o combate aos incêndios florestais foi duplicado. Esse investimento faz com que, em média, pelo menos dois terços da área queimada sejam reduzidos todos os anos.