O sambista Tunico da Vila, filho do cantor Martinho da Vila, relatou em um vídeo publicado em sua conta do Instagram, ter sofrido discriminação racial em Vitória, capital do Espírito Santo. Segundo o músico, ele estava passeando com seu porco de estimação, quando foi ofendido pelo homem, um vendedor de bebidas, que disse a ele para “voltar para favela porque lá era seu lugar”.
“Eu, Tunico da Vila, cidadão brasileiro de ascendência negra, acabei de ser vítima de preconceito racial aqui na Rua da Lama por uma pessoa ignorante”, iniciou o vídeo. Tunico informou que já estava em contato com a polícia para fazer um boletim de ocorrência, e desabafou sobre o episódio. “Isso porque passeamos com o Soba. Racismo é crime inafiançável e injúria racial dá problema. Racistas não passarão! “.
O artista também deu detalhes do que teria acontecido. “Ele falou: ‘volta para favela, que lá é o teu lugar’. Foi um ato discriminatório. Estou passeando com meu porco. Ele já tinha sido desrespeitoso com a minha esposa e resolveu gritar com ela, eu intervi e pedi que ele se retirasse“, disse.
Na legenda do vídeo o sambista aconselha as pessoas a denunciarem qualquer ato de racismo. “Alerta de Racismo! Tenho videos e testemunhas mas isso somente na delegacia. Se sofrer racismo, por mais que você tenha vontade, não agrida e sim, chame a Polícia Militar para que eles façam a parte deles”.
Em entrevista ao G1, o artista falou que o vendedor de energético além de dizer falas racistas, ainda falou de sua religião.
“Comecei a chamar ele de racista, gritei e fui pra cima dele, não de agredi-lo, mas pra não deixar ir embora. Ele estava vendendo energético, não sei se tinha permissão. Depois de falar o que falou ele me chamou de macumbeiro”, contou o sambista.
Tmabém ao G1, o vendedor negou que tenha falado para Tunico voltar para a favela, e afirmou que ficou incomodado com o fato do porco de Tunico, que estava passeando com a mulher, estar, segundo ele, destruindo a grama do local.
Entramos em contato com a Polícia Civil do Espírito Santo para saber mais detalhes do caso, mas até o momento do fechamento dessa matéria, não tivemos resposta.
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