Um grupo de 59 sul-africanos brancos chegaram nos Estados Unidos nesta segunda-feira (12), e provavelmente receberão estatus de refugiados, segundo a BBC. Os novos imigrantes são descendentes de holandeses e outros europeus brancos que moram na África do Sul, e de acordo com a BBC News, o presidente norte-americano Donald Trump alegou que estes foram vítimas de “discriminação racial”, o que foi contestado e desmentido pelo governo da África do Sul.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa não concorda com a versão de Donald Trump. Segundo apuração da agência de notícias portuguesa RTP, durante chamada telefônica com Trump, o sul-africano afirmou que a avaliação dos EUA sobre a situação “não é verdadeira”.
“Um refugiado é alguém que tem de deixar o seu país por medo de perseguição política, religiosa ou económica”, disse Ramaphosa, que continuou: “E eles não se enquadram nessa categoria”, afirma. A medida inclusive acontece ao mesmo tempo em que o governo Trump promove uma política de deportação em massa de imigrantes negros, latinos e afegãos, e de refugiados que tiveram o pedido de asilo negado pelos EUA.
Especialistas entendem que a decisão ocorreu após a África do Sul implementar uma lei que permite ao governo confiscar terras privadas sem indenização. Essa é uma das formas que o país busca para superar o legado do apartheid, o regime de segregação racial que existiu no pais de 1948 a 1994.
O grupo de sul-africanos chegou ao EUA no aeroporto internacional de Dulles, nos arredores de Washington DC. Segundo a RTP, o grupo foi recebido pelo vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, e pelo vice-secretário da Segurança Interna, Troy Edgar.
“É uma grande honra para nós recebê-los aqui hoje”, disse Landau. “O meu pai nasceu na Europa e teve de deixar o seu país quando Hitler chegou (…). Respeitamos o que tiveram de enfrentar nestes últimos anos”, disse.
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