Um estudo internacional acompanhou por 4 anos, adolescentes com obesidade que participaram de um ensaio clínico sobre o uso do transplante de microbiota fecal, como tratamento alternativo. A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, avaliou 87 jovens de 14 a 18 anos. Os estudos foram conduzidos pela Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.
Os resultados indicam que, embora o transplante de microbiota fecal não tenha reduzido o índice de massa corporal (IMC) de forma significativa, houveram melhoras clínicas relevantes nos participantes que receberam o tratamento, em comparação ao grupo placebo. Dos pontos de melhoria, os que mais se destacam são:
- Menor circunferência da cintura, com redução média de 10 cm;
- Menor percentual de gordura corporal total (−4,8%);
- Redução da inflamação sistêmica , com −68% nos níveis de proteína C-reativa;
- Melhora do colesterol HDL (“colesterol bom”);
- Queda na gravidade da síndrome metabólica, marcador associado ao risco de doenças cardiovasculares e diabetes.
Além disso, análises mostraram alterações duradouras na composição do microbioma intestinal, com permanência de cepas bacterianas e até de vírus intestinais, também conhecidos como “fagos”, provenientes dos doadores magros. Os cientistas destacam que a obesidade iniciada na adolescência tende a persistir na vida adulta e aumentar o risco de mortalidade. Por isso, intervenções precoces são urgentes.
O estudo sugere que o transplante de microbiota fecal pode ser um caminho promissor para modular o microbioma intestinal e melhorar a saúde metabólica de longo prazo. Embora não seja uma “cura” para a obesidade, é uma alternativa que poderá se tornar viável para esse tipo de tratamento. Os autores defendem que ensaios clínicos maiores são necessários para confirmar os achados e investigar se múltiplas doses de transplante de microbiota fecal poderiam ampliar os benefícios.
Leia também: Polícia de SP apreende bens do influenciador Gato Preto
