Após ser acusado injustamente por policiais de ser informante do tráfico de drogas do Complexo do Alemão, e passar uma semana preso, o estudante Weslley Rodrigues, de 21 anos, conseguiu enfim voltar pra casa. Os parentes e o empregador do jovem sempre negaram o envolvimento dele com o crime organizado, e afirmaram que PMs forjaram o flagrante. Nesta terça-feira (06) a Justiça determinou a soltura do estudante.
“Muita coisa passou pela minha cabeça. Por que fui parar ali dentro se eu não fiz nada? Eu estudo, trabalho, não faço nada de errado. Agora, eu quero chegar em casa e ficar abraçado com a minha mãe”, disse Weslley, assim que deixou o presídio.
A decisão é da juíza Simone Rolim, da 29ª Vara Criminal. Segundo a magistrada, Weslley é réu primário, tem bons antecedentes, não sendo justificada sua prisão. A juíza atendeu um pedido da Defensoria Pública do Rio.
Além disso, o crime supostamente cometido por ele tem como pena um período de dois anos, metade do tempo necessário para que a liberdade dele seja suspensa.
“Outrossim o mesmo possui endereço fixo e atividade lícita, como se extrai dos documentos acostados a petição da defesa o que não indica, em princípio, risco à aplicação da lei penal. Não se vislumbra também que a liberdade do custodiado possa colocar em risco à instrução processual uma vez que as testemunhas a serem arroladas pela acusação, em princípio, são policiais militares, cuidando, ainda, a capitulação da Autoridade Policial exclusivamente do crime previsto no art. 37 Lei 11.343/06. É de se mencionar que o crime de que trata a presente ação penal tem como pena mínima legalmente prevista 02 anos de reclusão sendo o custodiado primário e de bons antecedentes. Não há nada mais nos autos a justificar a segregação do indiciado em cárcere”, escreveu a juíza em sua decisão.
Weslley está matriculado no 3° ano do ensino médio da escola CAIC Theóphilo de Souza Pinto. Suas aulas são à noite e ele tem uma presença acima de 80%. Durante o dia, o jovem trabalha com Manoel da Silva numa loja de manutenção de celulares e televisão, das 9h às 18h.
Para conseguir provar a inocência do filho a mãe de Weslley passou a última segunda-feira com parentes e amigos buscando ajuda no Fórum do Tribunal de Justiça e na Defensoria Pública.
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