“É importante que todas as crianças negras tenham essas bonecas porque este elemento lúdico humaniza corpos negros. As crianças se veem, sentem-se representadas, criam uma noção de existência e percebem que existe um lugar no mundo para elas”, é o que pensa e pratica a historiadora e professora Jaciana Melquiades, CEO da “Era Uma Vez o Mundo”, primeira loja especializada em confecções de bonecas negras do Brasil. Esse é o objetivo do ‘Ateliê aberto’, evento que acontece no dia 9 de julho, em Santo Cristo, Rio de Janeiro.
Do lúdico à vida real, além da oficina ensinar as crianças a produzirem bonecas, a programação promove também um bate-papo com história e cultura e oferece ainda um café da manhã. “Este projeto faz com que crianças brancas comecem a enxergar pessoas negras como potências – fora desse lugar da subalternidade – e ocupando um espaço de igualdade mesmo. Um espaço de pertencimento ao mesmo lugar que essas pertencem”, reforça.
No comando da “Era Uma vez o Mundo”, startup educacional e de impacto social, Jaciana vem, através da fantasia e do mundo conotativo, proporcionando pelo Brasil afora uma experiência de imersão no universo de criação de bonecos e bonecas negras, assim como a Dandara. “Temos um processo de conversa, falando sobre a história da Dandara, contando porque ela é importante para a história do movimento negro e das mulheres negras e o que ela representa para toda a nossa construção de ideia de liberdade que temos hoje”, explicou.
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As conexões propostas durante as atividades estimulam o desenvolvimento de sentimentos positivos com relação aos brinquedos que representam figuras negras, ajudam a combater o racismo estrutural que perpetua o país, fortalecem uma sociedade mais igualitária, além de mitigarem as desigualdades sociais por meio dessas confecções infantis.
Para Jaciana, o evento oferece mais que um momento para aprender a fazer bonecos. “Construir a própria boneca traz algumas habilidades para a criança, como a sensação de independência, a autonomia de conseguir realizar com as próprias mãos um determinado elemento, a felicidade intrínseca ali por se sentir independente, além, é claro, da possibilidade de conseguir um elemento visual no qual a criança consegue se enxergar também, o que faz muito mais sentido nesse processo”, pontuou.
SERVIÇO
Onde: Atelier EUVOM
Rua Sara, 186 – Loja A, Santo Cristo, Rio de Janeiro
Valor: R$200
HORÁRIO: 10h às 13h
Quando : 9 de julho
Lotação: 25 vagas (1 vaga = 1 adulto + 1 criança)
Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/atelier-aberto-09-de-julho/1619103