O Director da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, apelou ontem aos países ricos que não ofereçam a 3ª dose dos imunizantes contra a Covid-19 enquanto os países pobres não tiverem vacinado uma parcela significativa de sua população. A maior parte destes países ainda não aplicou sequer a primeira dose. “A OMS está pedindo uma moratória nas doses de reforço até pelo menos o final de setembro, para permitir que ao menos 10% da população de cada país seja vacinada“, afirmou ele.
Ainda de acordo com Adhanom, os governos de Estados Unidos, Israel, França e Alemanha estão preocupados em conter a propagação da variante delta em seus territórios, no entanto, foram eles que já usaram grande parte da oferta global de vacinas. “É urgente que a maioria das vacinas vá para a maioria dos países pobres”, completou o chefe da OMS.
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Os Estados Unidos, por sua vez, informaram que podem aplicar as doses de reforço e seguir fazendo doação para outras nações. Segundo eles, já distribuíram mais de 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para países de baixa renda. A Alemanha anunciou, esta semana, que tem planos de iniciar a aplicação de terceiras doses em idosos e pessoas com saúde vulnerável a partir de setembro. Já França havia anunciado que doses de reforço serão oferecidas a grupos vulneráveis que receberam suas primeiras doses em janeiro e fevereiro deste ano. Israel, inclusive, começou a imunização para pessoas com mais de 60 anos.
Katherine O’Brien, Diretora do Departamento de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da Organização declara que é preciso se concentrar nas pessoas mais vulneráveis, com maior risco de doenças graves e morte, para que elas recebam sua primeira e segunda doses da vacina. Além disso, segundo ela, ainda não foi comprovado cientificamente que administrar doses de reforço a pessoas totalmente vacinadas realmente aumenta a imunidade em grande nível.