Entre os dias 9 e 17 de abril será realizada a sétima edição da Egbé Mostra de Cinema Negro, com o tema “Cinema Negro e Educação”. O objetivo é promover oficinas para estimular a formação preta audiovisual e a abertura oficial será às 15h, de forma on line, no canal do YouTube da Egbé. Em seguida, a Mesa em homenagem a Zózimo Bulbul, será realizada às 19h.
Para Luciana Oliveira, diretora geral da Egbé, o cinema e a educação são pautas inseparáveis da mostra desde sua primeira edição. “Acreditamos que o cinema é uma potente ferramenta para provocar reflexões e construir um olhar crítico. Apesar de existirem leis que tornam obrigatórios o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, sabemos que, na prática, elas não são aplicadas como deveriam ser, são poucas as escolas que, de fato, se preocupam com a sua aplicação e, geralmente, são professores negros se esforçando para ela seja aplicada”, explica Luciana Oliveira.
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A diretora aponta ainda a lei 13.006/2014, que torna obrigatória a exibição de duas horas de filmes nacionais aliada ao componente curricular escolar. “Essas oficinas surgem da vontade de ver o Cinema Negro sendo uma ferramenta de conhecimento dos professores da rede básica, para que possam aliar essas produções às suas aulas. Com a oficina de Produção de Filme Mobile queremos oferecer uma oportunidade para que esses jovens possam construir suas próprias imagens e, também, desenvolver um olhar crítico sobre a imagem que vem sendo construída do povo negro no audiovisual no Brasil”, finaliza Luciana Oliveira.
Cinema Negro e Educação
Os educadores inscritos no curso Tela Preta: Cinema e Educação Antirracista podem esperar uma experiência rica em negritude, cinema e amor pela educação. É o que afirma o professor Figueiredo Neto. “É importante o fato de levar para o ‘chão da escola’ temáticas e propostas pedagógicas que unam cinema negro e educação, além de estimular uma cultura cinematográfica na escola e nos educadores”, complementa o professor.
Figueiredo também se diz contente em saber que, neste ano, não só os estudantes do ensino básico recebem atenção do espaço formativo da Egbé. “Fiquei muito feliz em saber que esse ano a Egbé alcançaria os educadores, pois pode ajudar nessa função social de pautar temáticas antirracistas nas escolas” Entre os temas discutidos no curso que será ministrado de maneira online estão: Cinema negro como ferramenta pedagógica e transformadora de paradigmas sociais; Como educar num mundo de telas?; Cineclubismo e negritude, além de Produção audiovisual antirracista na escola.