Em abril de 2025, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilizou R$ 132,4 mil da verba de gabinete, quase atingindo o teto mensal permitido, mesmo estando afastado de suas funções parlamentares e residindo nos Estados Unidos desde março. O valor supera os gastos de março, quando ainda exerceu o mandato por 18 dias.
A verba de gabinete é um recurso mensal de R$ 133.170,54 destinado ao pagamento de salários de até 25 secretários parlamentares, que prestam serviços de secretaria, assistência e assessoramento direto e exclusivo nos gabinetes dos deputados, em Brasília ou nos estados. Mesmo durante a licença, o deputado mantém o controle sobre a contratação e os gastos com esses funcionários.

Paralelamente, Eduardo Bolsonaro tornou-se alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta atuação nos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o deputado teria buscado apoio de autoridades americanas para impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, alegando violações de direitos humanos. A PGR afirma que essas ações visam interferir no andamento regular de processos criminais no Brasil, incluindo a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo especialistas, a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, buscando interferência estrangeira em assuntos internos do Brasil, representa uma ameaça à soberania nacional e à independência dos poderes. Além disso, o uso contínuo de verba pública enquanto licenciado e ausente do país evidencia a necessidade de revisão das normas que regem a licença parlamentar e o controle de gastos públicos.
Em declarações públicas, Eduardo Bolsonaro afirmou que sua permanência nos Estados Unidos tem como objetivo buscar punições para o ministro Alexandre de Moraes e “resgatar liberdades perdidas” no Brasil. Ele alega que sua atuação internacional é uma forma de denunciar supostas violações de direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras.
Escândalos envolvendo a família Bolsonaro
A família Bolsonaro tem sido alvo de diversos escândalos nos últimos anos. Além das investigações sobre o uso de verbas públicas e a tentativa de interferência no Judiciário, o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta acusações relacionadas à venda ilegal de joias recebidas de presente por autoridades estrangeiras. Recentemente, uma campanha de arrecadação de fundos via PIX foi lançada para custear as despesas jurídicas da família, levantando questionamentos sobre a origem e o destino desses recursos.