De vendedor de vassouras a secretário governamental, Edson Menezes é peça-chave na Prefeitura do Rio

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Edson “Edinho” Menezes é um carioca raiz. Nascido em Mesquita, na Baixada Fluminense, aprendeu desde cedo a importância de três coisas: educação, cultura e o valor da comunidade. Hoje, aos 44 anos, é secretário de Coordenação Governamental no quarto mandato do prefeito Eduardo Paes, onde atua para articular ações entre secretarias e transformar planos em entregas concretas. Mas sua história de vida, assim como a de muitos homens negros, passou pela cultura popular, pela educação e pelo trabalho duro.

Em entrevista ao Notícia Preta, Edinho falou sobre os bastidores da coordenação governamental, os desafios da função, os avanços recentes em mobilidade urbana, reurbanização e integração metropolitana, além dos próximos passos da gestão. Por trás desse gestor também está o filho único de Maria Idalina, que sempre estudou em escolas públicas, jogou futebol de salão no Tênis Clube de Mesquita, é faixa preta em Tae Kwon Do, é pai, marido, já foi camelô no Centro do Rio, vendedor de vassouras e é alguém que busca se superar em tudo o que faz.

Segundo Edinho, a função da sua pasta é destravar projetos estruturantes e garantir que o que foi planejado chegue efetivamente até o cidadão. Foto: Theo Theodoro- Prefeitura do Rio

Há cerca de oito meses Edinho, que é formado em Direito, assumiu o cargo de secretário de Coordenação Governamental, com a missão de articular ações entre secretarias e transformar planos em entregas concretas para a população.

Nosso trabalho é cuidar do que está entre a ideia e a entrega, conectar as pontas entre o planejamento e a execução, entre as decisões estratégicas da gestão e as necessidades reais de cada território. Atuamos para garantir que as políticas públicas da cidade sejam implementadas de maneira integrada, promovendo sinergia entre secretarias, subprefeituras e autarquias”, explica. Segundo Menezes, a missão da secretaria é “destravar projetos estruturantes e garantir que o que foi planejado chegue efetivamente até o cidadão”.

Edinho também é conhecido como “Flat”, apelido dado por amigos nos anos 1990, durante o auge dos grupos de pagode. Na época, foi convidado a tocar cavaquinho em uma banda que estavam formando, daí o apelido, em referência a um tipo específico de cavaquinho. Ele conhece a Zona Oeste desde os pagodes até as necessidades da população e, por isso, a região onde construiu sua trajetória e vive até hoje está entre as prioridades da gestão.

A Zona Oeste recebe atenção especial da Prefeitura, com investimentos significativos em infraestrutura e mobilidade. Projetos como o Anel Viário de Campo Grande e as intervenções do programa Bairro Maravilha estão entre as principais ações em andamento. A secretaria atua como uma ponte entre os diversos órgãos envolvidos nessas obras, articulando esforços para que os projetos avancem conforme o planejado e entreguem resultados concretos para a população local”, afirma o secretário.

Ter vivido em um território distante do centro político, segundo ele, influencia a forma como encara a função. “A experiência territorial ajuda a compreender os desafios reais enfrentados pelas diferentes regiões da cidade. Estar em um cargo que exige uma articulação ampla permite trazer essa perspectiva para dentro da estrutura de governo, considerando as especificidades de cada área”, pontua.

Foto: Theo Theodoro – Prefeitura do Rio

Quem vê hoje Edinho à frente da secretaria talvez não imagine que sua formação política começou quando ainda era vendedor de vassouras. Foi nesse período que começou a dar aulas de cavaquinho no programa Jovens pela Paz, iniciativa que visa reduzir a violência e incentivar a participação de jovens em atividades culturais e esportivas, especialmente entre aqueles de comunidades empobrecidas. Sua dedicação o levou a se tornar supervisor e, posteriormente, coordenador de núcleo do programa. Esse envolvimento com a comunidade foi um trampolim para sua entrada na política, quando se filiou ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e participou de um curso de formação política na Fundação Ulysses Guimarães.

A trajetória política ganhou força quando conheceu o prefeito Eduardo Paes durante as prévias da candidatura em 2008. No primeiro mandato de Paes, Menezes atuou como assessor da Coordenadoria de Articulação Social. Com a reeleição, foi nomeado subprefeito da Grande Bangu e, em seguida, retornou à coordenação de articulação social.

Hoje, Edinho é apontado como peça-chave na engrenagem da Prefeitura, atuando próximo ao vice-prefeito Eduardo Cavaliere. “Trabalhamos em sintonia para garantir que as decisões e diretrizes do prefeito Eduardo Paes sejam executadas de forma integrada. Nossa atuação conjunta é fundamental para destravar projetos e alinhar os diversos setores da Prefeitura, especialmente em temas estruturantes como mobilidade, reurbanização e integração metropolitana”, conta o secretário.

Para os próximos meses, Menezes afirma que a secretaria seguirá com foco em mobilidade urbana, ordenamento territorial e integração das políticas sociais. “Também estamos avançando em estratégias para qualificar a comunicação interna entre os órgãos e tornar a Prefeitura ainda mais eficiente na entrega de seus compromissos. A integração metropolitana, especialmente na mobilidade e reurbanização, continuará sendo uma prioridade”, conclui.

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